segunda-feira, 8 de maio de 2017

O Estádio Romeirão

Sim, Nicássio, eu estava lá naquele tarde do primeiro de maio de 1970, em meio a comemorações alusivas ao Dia do Trabalho, foi inaugurado, em Juazeiro do Norte, o Estádio Mauro Sampaio, depois consagrado sob a legenda de O Romeirão. Era numa dessas tardes cearenses agradáveis à prática do melhor futebol. No campo, duas escolas do futebol brasileiro, Fortaleza e Cruzeiro. Festa alegre, embandeirada, novidadeira por excelência. O Cariri afinal recebia sua primeira praça de esportes que mereceu o nome de estádio, graças aos esforços administrativos de quem o denominava, Dr. Mauro, então prefeito do Município.

No decorrer da pugna, lotadas que estavam todas as dependências de animado público em júbilo intenso, dos pés de Natal, o ataque cruzeirense marcaria o primeiro tento no novo gramado. Para além do bairrismo, se apresentara a maturidade do melhor dos times em campo, ainda que diante dos aguerridos craques cearenses, numa demonstração de relativo equilíbrio e boa qualidade técnica das duas forças no campo.

A sequência das tradições traria raros espetáculos futebolísticos que ora marcam a história do lugar. Valiosos atletas ali demonstrariam seus talentos, dentre outros os gênios fabulosos Pelé e Garrincha, de brilho imortal. Logo adiante, surgiriam as primeiras equipes profissionais do Cariri cearense, Guarani e Icasa, frutos da semente que se plantara.

Transcorridas algo em volta de cinco décadas, hoje permanece vigoroso o estádio juazeirense, palco de amplas possibilidades e emoções da prática esportiva. Mesmo que projetado a 15 mil, o estádio já chegou a comportar 24 mil pessoas, quando, em 27 de novembro de 1977, recebeu a visita do Fluminense carioca. 

Naquele primeiro jogo a que assistíamos, o Cruzeiro faria mais dois gols, fechando em 3X0 o resultado da partida, hoje matéria de memória dos presentes qual evento de rara beleza e notoriedade, e início de fase adiantada do nosso esporte.    

2 comentários:

  1. Pois é Emerson. Eu também estava lá: fui o "treinador"da seleção do Crato, que jogou na preliminar contra um time de Juazeiro do Norte. Depois, convidado pela Rádio Borborema de Campina Grande (Pb), comentei, pra aquela Emissora, o jogo principal, no qual o Cruzeiro de Belo Horizonte deu um "banho"no Fortaleza E.C. Tarde memorável e inesquecível.
    Fernando Brígido/Fortaleza-CE.

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  2. Que bom, Fernando, tanto tempo depois vivermos idênticas emoções daqueles momentos que marcam a memória de quem os presenciou.

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