Conquanto haja necessidade urgente de preencher os espaços da mídia, nada justifica o que o desmantelo do desejo de cantar e compor fez dos daqui. Os pardais, chegados nos navios mercantes dos europeus, na época da colonização, passaram a imitar inimitáveis passarinhos do novo mundo. Nunca, jamais, no entanto, chegariam aos pés dos tais gênios da melodia. Aliás, os pardais apenas gritam, piam desordenados, soluçam de vontade no esforço de cantar, ficando fora de quaisquer considerações.
Assim também os nossos políticos forjados na têmpera dos vulcões da ambição. Esqueceram a ética, a moral e os bons costumes. Acharam por longa data que administrariam a sociedade ao toque dos caixas dois; venderam o que não possuíam e restam no molho dos noticiários repetitivos e processos infindáveis. Onde aprenderam a exercer mandatos desnorteados nem os marinheiros mercantes da colonização fraudulenta imaginaram isso. Largavam aqui os degredados e levavam pau-brasil, sem notar que plantavam desenganos e impurezas nas terras tupiniquins. Pardais, vindos nas caravelas, hoje estrilam nas rádios e televisões seus desenganos, e os políticos de pouca honestidade dominam o destino de populações inteiras, mais que nunca necessitadas de grandes estadistas que lhes conduzam às planícies da ordem social. Nesse tempo, acordes renovados da justiça indicariam os dias novos que virão a todos felicitar através do plantio feliz que há de vir.
Dias existem que achamos que ja vimos de tudo e que o pais levará muito tempo para que as coisas se acomode e o pais encontre seu rumo. Apesar de sabermos que o cenario levará muito tempo para se dissipar. Aguardemos...
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