Daqueles tempos finais dos 50 e iniciais dos 60, menino muito e cinema cheio a participar da exibição dos seriados americanos na sessão das 13h do domingo. Era típica festa popular dos tempos modernos, quisessem assim considerar os pesquisadores de plantão. Fechada a bilheteria e abertas as cortinas do espetáculo, o salão virava interação pura de coisa só, gente pelos corredores da sala, de causar espanto; nem se preocupavam sentar nas cadeiras, pois espalhavam alegria no território todo, mais situados debaixo do palco, face a face com os protagonistas do écran.
Montado o aparato do clima, tome movimento e som de gritaria, assobios, palmas, berros desesperados muitas vezes, suor e lágrimas, medo, apreensão, ao barulho persistente dos ventiladores que só faziam barulho invés da refrigeração. Hoje revi isso no juízo, quando, inclusive, terminava de assistir a seriado exibido na Netflix (Breaking bad) e comentava à mesa do almoço os percalços daquele passado. Tempos dos Cines Cassino e Moderno, em Crato, fenômeno que achou esconderijo na memória e agora revive a inocência da gente da época distante.
Desde cedo começava a agitação do furdunço. Na entrada do cinema, vendedores de bombons, picolés, trocadores e vendedores de revistas em quadrinhos, pirulitos, agitação de fazer gosto. Os olhos acesos da moçada previa com bastante antecedência as emoções do lugar dali a pouco.
Lembro alguns seriados que acompanhei. Flash Gordon. Zorro. Durango Kid. Super Homem. À luz quente do preto e branco, vieram até nós modos estrangeiros das produções dos meios de massa da comunicação. A preços módicos, víamos o episódio da série seguido de filme também em geral um cowboy de Roy Rogers, Gene Autre, Joel Mccrea, Hopalong Cassidy, heróis da conquista oeste da América do Norte.
Depois disso, do perigo da série, quando fica pendente de salvação o destino da mocinha, do mocinho, apenas longa semana de expectativa, à busca do próximo capítulo, enquanto a cidade transcorria nos afazeres da rotina. As horas pareciam andar mais devagar enquanto em si guardavam o mistério pelo ar. Porém sabíamos que tudo terminaria de jeito bom, porquanto heróis existem a vencer na hora final dos acontecimentos, inclusive nas histórias dos melhores filmes.
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