Nesse, impera a luz da transparência, o prêmio dos justos que se conquista a duras penas de renúncia e coragem, conhecimento e exercício de códigos certos. Eis lugar de paz e virtude, no que Jesus afirma do fardo ser leve e do jugo ser suave. O abandono das fantasias do lado de lá significaria a prática da sabedoria, das notícias que se obtém dos valores eternos.
Dentro da gente é assim, uma parede e meia entre as ilusões que fogem nas profundas do lago sujo e passageiro, e as transformações da beleza e do asseio. Lembro aqui uma frase de Lenin: a Estética é a Ética do futuro. Aquilo do belo guardar em si o sabor definitivo da perenidade do que é bom. Nisso a estreita relação entre as águas dos dois lagos nas pessoas humanas.
E viver tão perto, dentro da gente, a tristeza e a alegria, que parecem uma e mesma existência. Enquanto carece apenas do gesto de saltar a fronteira e limpar as mágoas e frustrações na banda boa da existência.
A festa, pois, acontece no íntimo dos indivíduos. As distrações dali de fora servem de parâmetros. Os sentidos sujeitam escravizar, por meio dos vícios, da fome dos apetites, do impulso das facilidades, os afogados no lago sujo. Durante tal processo forma o desencanto e cresce ânsias de conquistas definitivas, plenitude e Amor.
O espaço interno abrirá portas que alimentam o sonho de perfeição no pisar das horas. Dentro, bem dentro, por isso, habita o Eu que viverá as águas puras da leveza, parte essencial dos corações em festa: Tão perto, tão longe; tão longe, tão perto.
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