Nas dimensões do mistério também habita a dor, vezes em proporções que assustam a gente, revira escombros do passado, deslizam no presente e, sem pedir, invadem os impossíveis do futuro das possibilidades. Qual dissera Saint Exupéry de quando o mistério é muito impressionante, não se ousa desobedecer. Dizemos isto a propósito da brusca notícia do desaparecimento de Eduardo Campos, político do Partido Socialista Brasileiro em disputar das próximas eleições à Presidência da República.
Tão sob os fachos eletrônicos da sequiosa mídia nacional, personagem próximo do poder, esse líder simplesmente impactou as emoções feito vazio inesperado que ainda agora, cinco dias depois, pesa no ar espécie de estarrecimento das razões dos acontecimentos inesperados.
Quiséssemos considerar transformações que a presença dele viesse trazer às hostes públicas do País, mesmo que com toda intensidade das esperanças de melhora no seio da população, isso jamais passara de meras cogitações, algo semelhante à proximidade permitida e não realizada de Tancredo Neves, nos anos 80, que abriu motivos de novos dias, porém sugado ao invisível de uma hora a outra, imagem diluída no transe de poucos quadros da fita do tempo.
Sem as grandes alimentações dos endeusamentos descabidos, Eduardo Campos representou algo de próspero nas ficções da mudança no estado de coisas do presente, contudo feito mistério indecifrável mediante a surpresa de um acidente aéreo na cidade de Santos, no litoral paulista.
Dadas razões partidárias, eu estivera com ele por quatro vezes, a idealizar, no seu projeto jovem cheio de vontade que trazia consigo a vocação que só cumprir rapidamente. Administrara o estado de Pernambuco por duas vezes, com avaliações positivas. De 49 anos de idade, neto de Miguel Arraes, prócer de feitos largos no cenário pernambucano, formava dupla com Marina Silva no difícil cenário da campanha do corrente ano, em terceiro lugar nas pesquisas. Avaliamos, no entanto, as perspectivas do porvir, a compor os quadros sucessórios com boa margem de chances lá depois.
Qual quando as cortinas do teatro da história sacodem e fecham a visão das cenas, desse modo capítulo humano tranca os olhos ao que viesse de ocorrer no que tange ao desempenho da vida que se foi na reticência das horas.
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