domingo, 21 de dezembro de 2025

O prenúncio das incertezas


E nisso se chegar até aqui. Tocar em frente a barreira do som. Substituir na dúvida a inevitabilidade dos acontecimentos. Daí nascerem palavras e delas pensamentos; em seguida, quem sabe?, os sentimentos. Conjecturas às margens desse rio inolvidável dos destinos... Sonhar... Cantar... Respirar... Enquanto as mesmas aves sobrevoam o Infinito e dormem ao sabor das madrugadas intensas. Bem isso, fagulhas que percorrem lastros enormes de perquirições, contudo já agora prenhes dos novos momentos que lhes surgem num abrir e fechar de olhos.

Saber-se além das eras e nelas existir. Saturar as normas dos percalços e andar sobre trilhas e despenhadeiros quais secundários detentores das outras condições que ficaram ao longo das estradas do sem fim. Página a página, construir arcas sucessivas de outras histórias. Senhores, portanto, da imensidão depositada nos mesmos corações de antigamente. Esses pergaminhos do inextinguível daqui buscam sempre o que possam encontrar pelas sombras dos tais hemisférios.

Fossem, pois, argumentar diante do Eterno e, na certa, definiram continuar vidas a fora no barco dos contentes. Olhares postos nas curvas da servidão, conteriam no íntimo essa vontade insana de prosseguir aos picadeiros da fama. Eles, nós, quem fosse, avistariam, decerto, razões inúmeras de só observar insistentes o horizonte em forma de luzes inimagináveis. Prudentes autores dos romances inesquecíveis, voltar-se-iam à esperança, todavia ainda que perante as dúvidas e os impactos do chão.

Astronautas do inexistente, percorrem sabores incautos, mesmo assim. Deslizam a meio do firmamento cientes do quanto lhes aguarda logo ali, porém astutos, miraculosos, cobertos dos velhos lençóis de noite as mais escuras que sejam. Às vezes, algozes; noutras, santos, fieis, relíquias de litanias puras. Bem isto, frutos da necessidade constante de revelar tais princípios da imortalidade, contêm na própria essência o instrumento de todos valores que os trarão de volta depois de cruzarem mares e mares sem conta. Cientes disto, apenas exercitam a consciência, no meio dos desafios que os levam, à espera dos céus.

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