sábado, 22 de fevereiro de 2025

Nos dias a mais


Somatório de tudo quanto existe, um a um seguem todos vidas adiante. Vanglórias em movimento, tocam agora as margens do Destino, vislumbrando paraísos sem conta, tão só temporários, no entanto, que alimentam os mesmos sonhos e lustram iguais os trilhos do Infinito. Em cada criatura, esse vácuo da presença onde faz sua morada e adormece nas noites cheias das antigas ilusões. Enquanto isto, ao caudal do inelutável, se desfaz o firmamento sob o teto da visão, deixando recordações ali presas na alma.

Há que se desvendar, no entanto, o que de estar deste lado, de olhos fixos em um futuro inexistente pelo Chão. Aonde que buscar, tender o senso, e somar à consciência nexos dessa estrutura veraz, inesgotável. Normas existem. Horas inevitáveis. Luzes que acedem. Sons. Dimensões. Outras pessoas em volta. Pontos de equilíbrio espalhados no deserto da imensidão.

Parágrafo a parágrafo, cadência da História espalhada entre as criaturas, nessa floresta imensa de surpresas e vozes. Tanto dentro, quanto na distância, os versos de uma cantiga constante ecoam no coração e respondem às perguntas que nunca cessaram. São notícias de lutas, negócios, viagens, repastos de multidões na procura da sorte. Painéis incontáveis de jogos e dramas, circos armados no espaço das horas e, em seguida, desfeitos a outros lugares inexistentes, talvez.

Humanos seres à busca doutras ficções, outras doutrinas, ferozes seguidores da imaginação, lançados ao circuito da fama e do poder. Famílias. Luares. Construções. Nisto, a vontade exponencial de encontrar o véu da felicidade, visto de longe desde sempre, no gosto de estar e viver destes amores. Nas notícias, nos oásis dalgum mistério, nisso alimentar a fome de continuar, filhos da solidão que sejam e penhor dos desejos insaciados. Bem, ao gosto dos Céus, quando existirá, pois, a raiz dos tantos sóis no poder de prosseguir até chegar, na arquitetura deles, dos que vivem aqui, nesse misto de explosões e silêncio.

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