Tempos de Babilônia e Jerusalém, quando nem tudo parecia tão normal assim e as caravanas demoravam a passar enquanto ladravam, impacientes, os cães, à beira das estradas desertas. De hora a outra, séculos ficaram diferentes do que videntes avisavam e brilharam com força as estrelas nos céus. Bem ali, num abrir e fechar de olhos, planos e expectativas quedaram inúteis. Agora, só o silêncio das esferas a percorrer firmamentos imaginários; lá dentro o vazio das distâncias impossíveis de viver.
Nisso, hordas bárbaras seguiram com as suas invasões territoriais. Do quanto de herança definitiva apenas restaram intactas as capitanias hereditárias na memória dos livros abandonados. De certeza plena restaram os fragmentos dos poemas soltos pelo ar. Daquilo de coerência nas leis quase nada real ficou grudado às paredes inexistentes.
Por isto, na história, um instante de séculos e séculos de tantos erros são frutos das vaidades neste chão. Fome e ingenuidades do poder preenchem as horas dos humanos. Ninguém, pois, que garanta o dia seguinte, face as tais ameaças dos ventos contrários do flagelo inesperado.
Vêm de volta lendas judias na busca incessante da Terra Prometida, que hoje existe em lugar algum no íntimo das pessoas; porquanto sombras já encobrem o conforto das cidades, os parques e vilas. Pessoas silenciosas vagam pelas ruas feitas visagens na fuligem do drama coletivo, quais meras ausências esquecidas em viagens intergalácticas. Longas filas nos bancos, nas lotéricas e nos becos e avenidas. Solidão. Multidão. Seres humanos. Viver passou a significar atividade de alto risco, aventura de causar espêcie, pânico religioso que preenche ruas e praças, campos e arvoredos, nas noites escuras de medo e dúvidas, aos sons desconhecidos de sinfonias enigmáticas, a menos que saber o valor da esperança e da paz toque por perto o coração dos viventes em seus movimentos atuais.
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