A China preserva uma tradição milenar, vistas as técnicas de registro que desenvolveu como nenhuma outra civilização. A propósito, vale lembrar que fabricou o papel, aperfeiçoou a porcelana e a seda, além de produzir instrumentos de orientação, depois usados pelos ocidentais quando de suas viagens marítimas para conhecer o resto do Planeta.
Dentre os consagrados gênios do pensamento chinês figura Fo-Hi, denominado Imperador Amarelo, que se destacou pelas pesquisas no campo da Ciência Universal. Sábio avançado para sua época, voltou-se a conhecer a natureza humana e sua busca de adaptação com o meio em que vive. E dos conhecimentos que deixou à posteridade um queremos aqui avaliar: o do Princípio Único da Bipolaridade, que afirma tudo ter o seu contrário para poder existir. Ou Yin/Yang, a Lei Universal na matéria, base de todo progresso tecnológico.
Sobre o assunto alguma coisa pode ser falada, ainda que de modo rápido, devido às dimensões restritas deste pequeno instrumento de divulgação.
Após passarem a existir, sem que avaliemos o mérito disto, os seres animados e inanimados se vêem situados entre dois extremos de força, o centrífugo e o centrípeto. Na energia elétrica, são eles os dois pólos, negativo e positivo, a terra e a fase.
Caso analisados sob o prisma do equilíbrio entre as partes, fenômenos e objetos a se apresentam dentro da obediência deste princípio. Lua e Sol. Noite e dia. Açúcar e sal. Mulher e homem. Escuro e claro. Baixo e alto. Frio e quente. Esquerdo e direito. Tudo tem seu outro lado, possibilitando a relação cooperativa e complementar na outra extremidade. Friedrich Hegel (filósofo alemão) demonstrou, na Filosofia, esta lei, quando criou o método dialético da tese e da antítese a gerarem uma síntese, início de nova tese, aspectos distintos do processo energético do movimento na matéria.
SETAS ESPIRITUAIS
As religiões também se utilizam referências idênticas, desde a mais distante antiguidade, registrada em livro, no Hinduísmo, onde se lê, na Sublime Canção dos Vedas (Bhagavad Gita), o diálogo entre Arjuna, um guerreiro em conflito quanto a lutar ou se omitir face batalha extrema, e Krishna, a Suprema Personalidade de Deus, a lhe indicar o caminho da Verdade e manter o seu ânimo de lutar.
Depois, veio o Budismo, fruto da evolução individual de Gautama, que desperta em si o Eu Búdico, ou o Buda (O Iluminado), no outro lado de si mesmo, o Eu Superior.
No Cristianismo, Jesus de Nazaré, após os 40 dias no deserto, virá às margens do rio Jordão, no Batismo, dividir a História com a manifestação do Cristo (Escolhido de Deus), sua outra natureza, seu lado interno, transformação que passa a transmitir em andanças persistentes através da Palestina, anunciando o Reino Divino existente no coração de cada ser humano - Sois deuses e não o sabeis.
Meu caminho é o do coração. Ninguém chegará ao Pai a não ser por mim. Buscai a porta estreita, porque larga é a da perdição.
Não saiba a vossa mão esquerda o que dá a vossa mão direita.
Se vosso olho é mau, todo o vosso corpo é mau. Se vosso olho é bom, todo o vosso corpo é bom.
Brilhe a vossa luz.
A mesma lei veio também de orientar a Psicologia moderna, pois o mesmo princípio passa por todas as coisas do Universo, segundo afirmativa de Hermes Trismegisto, sábio consagrado no Antigo Egito.
No campo da pesquisa psicológica, os resultados demonstram que a essência da personalidade compreende uma harmonia que se faz no funcionamento proporcional do ego e do Eu Superior, os mesmos dois valores ora aqui abordados.
OS HEMISFÉRIOS
Distantes dos conceitos apenas abstratos, vemos, na composição física do corpo, em sua arquitetura, que o nosso cérebro se estrutura em dois hemisférios, esquerdo e direito, a se entrecruzarem nas ligações nervosas para com o restante dos órgãos, a coordenarem os lados interno e externo complementares, enquanto que se comunicam por estreita faixa denominada corpo caloso – uma espécie de ponte correspondente a 25% da área de fronteira destes dois territórios, qual traço de união.
Estudos de funcionalidade avaliam que existe uma proporção de predominância, na razão de l para 3, de um lado sobre o outro, as mesmas equivalências de terra e água, na face da Terra.
Como visto, o mesmo princípio também forma tudo o que existe, e se sabe que um dos aspectos possui luz própria, no contexto da própria Lei, sem que sejam necessários juízos de valor, a indicar que a Verdade existe, independente das escolhas individuais das criaturas humanas, qual coisa em si, além das interpretações e escolhas particulares.
A luz do Sol é própria; a da Lua, refletida.
Na energia elétrica, apenas o positivo dispõe da fase, ou fogo, com mostra a experiência cotidiana; o outro pólo, a terra, poderá se trazer na ocasião da exteriorização da força, como se dá nos sistemas de fornecimento que utilizam apenas de um único cabo para transportar a eletrificação, exemplo adotado como alternativa de menores custos.
Nesta seqüência de raciocínio, a lógica reflete uma norma original, onde o progresso se evidencia qual tendência natural, onde as águas correm sempre para o mar, como diz a sabedoria do povo. As trevas fogem da luz, porém a luz não foge das trevas. E o Homem se vê na condição inevitável de um dia ser feliz, pelo triunfo definitivo do Amor sobre a morte.
No entanto, isto compete ao livre-arbítrio de cada criatura pensante, que deve evoluir por esforço exclusivo, sendo-lhe permitido o plantio de uma colheita eterna e justa, como propõem as filosofias e religiões: A cada um conforme o seu merecimento.
A TRAVESSIA
Deveremos mudar de lado, romper o cristal que nos divide, conduzidos pelo poder maior da Consciência, e passar ao outro hemisfério cerebral, que também nós somos. Para percorrer este caminho de libertação, atravessemos o Mar Vermelho, a seiva colorida que nos irriga vasos, veias e artérias, para chegar na Terra da Promissão e viver o sonho da real felicidade. Eis o mito hebreu da Passash, ou Páscoa, a significar, em hebraico, passar sobre (atravessar), da escravidão para a libertação.
Quando Saulo de Tasso, na estrada de Damasco, se refazia do impacto vivido na presença da Luz, se depara com tamanha mudança interior que passa de Saulo a Paulo, e afirma: - Não sou eu quem vive. É o Cristo que vive em mim.
Portanto, a capacidade humana de se auto-avaliar demonstra conteúdo espontâneo de um fenômeno biológico permanente, em cumprimento de trilha universal organizada desde a origem de tudo, qual o mesmo percurso da Terra em volta de um eixo imaginário, iluminando-se ao Sol, que a clareia do Leste para o Oeste. Do olho esquerdo para o direito - na rotação própria da evolução - quando cada olho corresponde a um dos hemisférios de predominância do uso cerebral, no espaço físico do próprio corpo.
A história de Jesus revela bem claro este enfoque, por muitos usado para dominar os outros, como fonte de poder temporal, revestindo de mistério o simples de sentir e viver, criando bloqueios à percepção daquilo que nos acompanha pela vida. Fundaram até, em proveito de pompas e privilégios, os conceitos indeclináveis de secreto, tabu, mágico, milagroso, dentre outros, sempre em prejuízo da maioria social e a favor de uma elite prestigiosa e impenitente.
Com a perspectiva ampla das oportunidades, veio a propagação das idéias, fase em movimentação, no seio da espécie humana. Recordamos, deste tempo, a invenção da imprensa ocidental, que deu publicidade à cultura letrada, propiciando o espaço fértil de textos antes retidos a sete chaves, para tão só beneficiar grupos de poder.
O EXEMPLO CRISTÃO
Quando massacrado por judeus e romanos, na colina do Gólgota, próxima a Jerusalém, foi Jesus submetido à crucificação entre dois ladrões. Observemos que tudo faz sentido na linguagem divina. Pois Gólgota quer dizer crânio e os dois ladrões representam os dois olhos, a nos retirar da concentração interior, levados aos chamamentos das ilusões exteriores. Um ruim, outro bom, segundo a tradição; porque ambos revelam a sintonia polar da avaliação aqui proposta: negativo e positivo. Ao centro, no alto, acima dos olhos, uma glândula, também pesquisada pela ciência em certas escolas iniciáticas, denominada terceiro olho, corpo pineal, olho de Shiva, consciência cósmica, olho da vidência, etc.
No Zen-Budismo, as modalidades de despertamento se dão através do samadhi, vislumbre de uma consciência nova, qual lampejo luminescente (insight) - a se completar, pela prática fiel e virtuosa, no Nirvana, encontro definitivo com Deus. Lembremo-nos de Jesus, quando disse: - Aquele que perseverar até o fim será salvo.
Face à constatação de que se pode transmitir a energia elétrica via um único cabo, como dissemos, e ao se pensar que o ego equivaleria ao fio terra, ou o nosso corpo de matéria; o Eu, por sua vez, o Espírito (o outro lado), que continua vivo após o desaparecimento do invólucro material, podendo depois vir a se manifestar noutro corpo (pelo princípio da Reencarnação), levado pelo aspecto abstrato da existência energética, ou semimatéria, instrumento de que se reveste o Espírito imortal até a sua total libertação deste mundo.
Se um atributo é matéria, o outro se opõe na característica, por meio de corpo imperecível.
Numa escala constante de graduação, as pessoas crescem para o Bem Eterno, dentro de sua capacidade de comando, ou grau de memória. A quem muito foi dado mais lhe será pedido. E o momento em que cada um de nós existe pode ser avaliado pelo modo de seu comportamento. Pelo fruto se conhece a árvore. Árvore má não dá bons frutos; árvore boa não dá maus frutos, na afirmação evangélica.
ONDE ESTAMOS?
Perante a dúvida de qual hemisfério se usa como predominância, busquemos classificar nossos próprios pensamentos, sentimentos, atitudes.
Quando positivos, otimistas, construtivos - sinais evidentes da utilização do hemisfério do coração. Caso inverso - o da fria razão. Isso fica nítido, sobretudo quando proliferam tantas escolas do pensamento quais remédios universais para tantos males.
Existem, sim, estudos avançados sobre as polaridades hemisféricas cerebrais. Ainda na década de 70 do século passado, no Brasil, o jornal Movimento (nº.s 122 e 123), publicava artigo do teórico canadense de comunicação Marshall McLuhan, a considerar que se a Humanidade adotar o outro hemisfério cerebral solucionará os graves problemas da inflação, da fome, guerra, angústia, drogas, desigualdades sociais, desemprego, ganância, egoísmo.
Quando se sabe do certo, despreza-se o errado - norma comezinha da inteligência prática.
Assim decidimos pela divulgação que ora fazemos, dado o pressuposto de que Deus é a simplicidade das coisas mais simples, como aprendemos dos experientes na arte do bom viver. Tomamos por método compartilhar a emoção do sentir junto daqueles que, por vezes, acham por demais remotas as possibilidades da transformação. (Não poderá ver o Reino Divino quem não nascer outra vez).
- Não se acende uma lâmpada para ser escondida, mas para que se eleve e ilumine toda a casa.
Sabe-se de pessoas que questionam este ponto de vista. Entretanto isto jamais justificaria o desuso no direito de falar. Deste modo, como outros também fazem, apresentamos estas idéias, fruto de nossa história.
SOM E IMAGEM
Quisemos amarrar o burro nas orelhas do dono, dizendo e mostrando, em nós próprios ser possível a mudança de alternativa hemisférica, para aqueles que quiserem ver. Contra fatos não há argumentos, num axioma clássico de domínio público.
- Uma imagem vale por dez mil palavras – asseguram os mestres orientais.
Palavras faladas se propagam à velocidade do som, a 343m/s. As imagens, à da luz, a 299.792km/s, sem termo de comparação em nível de rapidez, portanto.
Numa outra conhecida comprovação, Mcluhan conclui que o meio é a mensagem, isto trazendo à baila as palavras de São Francisco de Assis, que defendia a tese de que as palavras convencem, mas o que arrasta é o exemplo.
Tais como estações de ondas curtas (a porta estreita) e médias (a porta larga) trabalhamos, na face do Universo recebendo e transmitindo vibrações eletromagnéticas, tanto negativas, quanto positivas, cabendo-nos definir a nossa predileção. Um vibrando para o bem equivale a milhões vibrando para o mal, eis o que afirmava Mahatma Gandhi, o mentor da independência da Índia.
Muito ainda mais se dirá sobre o que aqui trouxemos, e que todos possam sempre usufruir, livres de preconceitos e limitações. De novo citamos Jesus, em frase de beleza incomparável, a informar que os que comerem deste pão jamais terão fome, e beberem desta água jamais sentirão sede. Então, quedemo-nos quais crianças, a escutar as notícias dos páramos da Luz Superior no mais íntimo de nós mesmos.
E assim um dia percebemos que somos Um e cairá a ilusão da separatividade.
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