terça-feira, 8 de setembro de 2020

Lá onde andam os sentimentos


Nas fibras do imenso coração deste mundo, olhos fixos nos sonhos maiores, as almas de todos os dias ligadas à alma da gente, bem ali, no íntimo das madrugadas febris da percepção, das doces saudades, dos sonhos reais, nas luzes sombrias das ruas desertas, andam os sentimentos encapuzados, alimentados do frio suave da solidão. Terra fértil da esperança, no seio das flores iluminadas de cores e perfume, plumas leves da natureza, passo-ante-passo, pisam o macio os sentimentos, razão das existências, motivo crucial dos dias e das gerações. Eles, que pouco ou quase nada pensam, sobem os caminhos da felicidade na maior sem cerimônia, à busca da paixão, qual quem conhece por demais o direito de amar incondicionalmente o amor desmedido.

Quisesse parar e mergulhar a pele dos sentimentos, ver-nos-íamos braços dados com a verdade inextinguível das existências. Abraçaríamos as causas da Criação original e bem compreenderíamos o que planejara Deus ao distinguir os seres com a força do bem maior do coração. Daí, dormiríamos em paz conosco próprios, de saber da alegria dos que vivem toda intensidade dos que amam e se permitem usufruir do motivo que lhes deu a vida.

Território de plena espontaneidade, dos sentimentos vem a essência dos fenômenos e causa do que nos traz aqui perante os Céus que nos aguardam de braços abertos de quando revelarmos a Consciência. Música da espiritualidade, alimentam o compasso da história e aguardam o momento exato de quando abrir a todos nós os portais da Luz.

Por isso, enquanto esgotamos desejos do Chão, há na condição humana oportunidade perene de revelar a trilha da iluminação que transportamos vidas afora, sinete da herança divina que nós somos. Assim inexiste perdição definitiva, porquanto mais cedo ou mais tarde chegaremos à casa do Pai, por via dos sentimentos limpos e do conhecimento da Verdade. 


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