Os exércitos exaustivamente bem equipados partem um contra o outro. Guerreiros. Cavalos. Flâmulas ao vento. Armas afiadas aos moldes do período feudal no Japão. Metais. Gritos. Armaduras. Esfacelamentos. Sons de fantasia. Dores. Agressão. Temor. Terror. Marchas de entrega à destruição quais desejos de fatalidade agregados no bloco da extrema agonia.
Na ocasião da película, a fotografia, que enquadrava todo cenário dos exércitos no transe fatal, diminui suavemente a vista dos elementos e começa subir, subir para longe no alto, distanciando o quadro e ampliando a perspectiva da visão inicial. Lado a lado com esse afastamento do campo de batalha, o som principia também desaparecer até chegar a silêncio absoluto. Quase invisíveis, bem longe, minúsculos seres ainda fervilham na paisagem colorida tais pequeninos insetos num desaparecimento gradativo.
Adiante, certa feita, ao ser indagado quanto o que representava, na linguagem do filme, o distanciamento e o silêncio posteriores daquele momento, Kurosawa diria ser assim que interpretava o modo de Deus observar as criaturas humanas e suas aventuras fugazes neste chão.
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Semelhantes estações que afastam, das jornadas pela vida, os quadros cotidianos somem da cena e ficam perdidos na dimensão dos sonhos, esquecidos, pendentes das memórias que esvoaçam, pois tudo passa. Objetos. Situações. Emoções. Lugares. Pessoas. Planos. Espécies de nuvens de céus imensos vêm e vão à velocidade dos astros, nas gravitações do firmamento, dias e dias, noites e noites. Que antes parecia meteoros descomunais viram meras luas de mundos ora inexistentes, reinos ou farsas de personagens largados ao silêncio mais absoluto dessas cenas que se sucedem.
Que texto! Estações que se afastam , das jornadas pela vida... sonhos esquecidos , que permanecem em nossa memória , apesar do tempo que passa. O decorrer do tempo em nossa vida vai deixando suas marcas nos mais diferentes estágios. Presentes em acontecimentos, lugares, e pessoas. Tudo num emaranhado de lembranças, saudades e marcas que fazem parte da nossa história de vida. E não se vão como nuvens, pelo contrario permanecem vivas em nossa memória e de lá fazendo parte por toda uma vida. Belo texto. Um abraço ao querido amigo Escritor E,Elson Monteiro.
ResponderExcluirdesculpas: meu amigo escritor EMERSON MONTEIRO, corrigindo.
ResponderExcluirSobre filmes japoneses conheço pouco, daí não ter como emitir parecer sobre o tema.
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