Enquanto adiante seriam cenas constantes de cinema, televisão, equipamentos de perder de vista, naquele eito de criança, eu, ali sentado na varada de nossa casa no sítio, próximo de minha mãe que costurava numa máquina Singer, viajava à solta nas nuvens que ofereciam as cenas e cenas. Filmes e filmes produziam epopeias, odisseias, jornadas siderais, histórias mil, lendas, situações. Eram roteiros internos da imaginação que as figuras provocavam, durante horas, no mormaço das manhãs, acalmando o sentimento e percorrendo cúmulos celestes a perder de vista pelas cascatas do Infinito.
Assim, bem adiante, dado meu gosto pelas artes visuais, conheci de perto o poderio das imagens aleatórias através das escolas atuais, na pintura, na fotografia, no cinema. Reconheci com facilidade a impressão visual na interpretação dos desenhos espontâneos da natureza e no modo de expressão de liberdade nas cores e no movimento dos pinceis. Sem largos esforços, por isso, ora compreendo também a música e sua fluidez ocasional de sons e ritmos, ao modo liberto dos que escolhem a variação das notas por meio de intuição artística.
Naquelas visões originais ao sabor da brisa sertaneja a tanger os fiapos de nuvens nos céus da visão de um menino, aprendi o quanto de sensibilidade e sonhos vaga no íntimo à busca da consciência cá fora, nas letras e ficções.
Nuvens de algodão... enquanto olhávamos para céu observando as nuvens em constante movimento, formando as mais diferentes figuras e nos levando a imaginar como a natureza é magnífica. Céu sem nuvens, para o sertanejo que sonha com a chegada das chuvas é desanimador. Já para as crianças com sua linda e pura imaginação, navega acompanhando os movimentos e formas das nuvens mais parecidas com tufos de algodão que a todo instante toma uma forma diferente.
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