Portanto, individuais, perdidos nos próprios sentimentos, desde aquele dia eles andam na busca da realização do Ser. Tocam leves as dobras das condições materiais e perfumam as flores, nos jardins do firmamento; contudo cientes de haver pela frente o instinto de sentir face ao sentir dos demais seres. Pisam soltos nas folhas secas e nas nuvens, antes de serem amantes de si mesmo, egos, entretanto, que precisarão da paz nas outras emoções que vivem aqui por perto.
O somatório disso determinou a força de continuar, saber encontrar na alma dos irmãos a luz inevitável de iluminar seus mesmos caminhos. Ninguém viverá partido, na harmonia da Criação. Pudessem, talvez aceitassem recusar o prazer infinito de amar. Pudessem, o que nem de longe será possível. Nas trilhas da escuridão, ainda presos ao sentimento, observam os que vão ansiosos à cata da liberdade que alimenta o título das ilusões.
Decerto determinados por leis superiores intocáveis, silenciosos, deslizam cenário a fora, espécies de vítimas de sentir, a título de existir, preço alto, porém único. Sonham com os dias quando se verão aceitos nos reinos do Destino. Recolhem os amores no seio da virtude e da igualdade; firmam os amores nos séculos de revolução de luz imensa. Sentem-se também criadores do Infinito, e amam ainda mais.
(Ilustração: Andrei Rubliov).
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