Falar nisso, na ânsia tal dos desesperados do que nem sabem, falar no senso de posse inconsequente. Bicho bruto esse de angariar o pasto das estações, fera que devora a própria carne dentro da carne dos outros irmãos famintos. Angústia na pele de cordeiro. São muitos esses animais sem conta. Vagam soltos nas noites, lobisomens de latas enferrujadas, amantes das instituições públicas. Andam vagando nas encruzilhadas, bocas deixando escorrer a baba e o fel dos infelizes. Eles, que ensinaram a renúncia, a vitória sobre o medo, aos que precisavam crescer, aprender a ser diferentes. Mas esqueceram aonde seguiam e mudaram o rumo da história.
Há permissão da Natureza, porque os demais careciam dos desafios do perdão, que nas carências vem a bonança. Assim, sem querer, dilatam o coração dos humanos. Que não existissem, teriam de inventar e pôr nos olhos das ruas, nos becos e calabouços.
Jesus conta a história de um fazendeiro bem sucedido que construiu grandes armazéns para guardar forte safra dos grãos. E da varada do palácio observava soberbo que teria pela frente largos anos de abundância, que com isto poderia repousar em paz face aos bens acumulados. Bem no alto, entretanto, alguém observa o que ocorreria daí a pouco, e diz: - Pobre mancebo, nunca imaginaria que nessa mesma noite a morte virá buscar a sua alma.
Na inexatidão das matemáticas dos sórdidos, dormirão avisos mil de tantas certezas largadas nos desvarios. Crer nas luzes que clareiam nossas aldeias interiores, eis o pacto das horas da felicidade, pois.
A vida é tão curta para que fiquemos remoendo padrões e senoes. Vamos ver e viver a vida superando alguns pequenos de se cantos que a vida nos trouxe. Vamos ser felizes, vamos sorrir, cantar, esquecer os desenrolar que surgirem.
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