Padre Adelir de Carli, 41 anos, que era pároco na Igreja São Cristóvão, em Paranaguá, no litoral paranaense, receberia prestígio das grandes emissoras nas diversas ocasiões noticiosas. Era ovacionado ao chegar e sumia festivamente largado pelos ares cheio de entusiasmo, nos braços do vento, em suas andanças aéreas. Lembro que o vi na reportagem derradeira, quando saía no derradeiro voo religioso.
De rosto sorridente, corado, estatura mediana, pouco acima do peso, tipo característico dos teutos brasileiros, distanciara-se nas planuras siderais já com o pouso previsto noutra freguesia daí a 20 horas de voo.
Mas nunca assentaria no destino... Era época de monções nas terras do Sul do Brasil e o missionário sumiria para sempre. Apenas um irmão seu, Moacir, depois, emocionado, viria aos meios de massa prestar derradeiras homenagens àquele que tanto fizera na missão de propagar a crença através dos instrumentos voadores.
Em nós, os comuns mortais, restaram essas lembranças tardias que ainda vagam soltas nos firmamentos da memória, desses personagens que circulam as ondas magnéticas, nos tocam, e desaparecem quais nunca existissem, tais o tal abnegado sacerdote das alturas. Sumiria já a uma menor distância dos campos celestiais, aonde, decerto, aquietou suavemente os balões da fé que tanto dedicou nas viagens aventureiras. Possível até que hajam sobrado restos nenhum dos esdrúxulos instrumentos que utilizava, mil balões de aniversário. No entanto o amor que dedicou aos fiéis permitiria que largasse, com menores esforços, o ímpeto abençoado da coragem mística nos braços magnânimos do Criador.
É verdade, nos tornamos próximos de de pessoas distantes, a quem aprendemos a querer bem e a ausência da pessoa mesmo distante, nos causa um imenso vazio, ainda que saibamos nada representar na vida destes distantes. Mas é um rico aprendizado, troca de idéias, de conhecimentos e nos levam muitas vezes a um crescimento pessoal.de qualquer sorte é uma relação de amizade ganha ganha.
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