E quais razões de resistir, quais justas argumentações de se manter à frente, nas tropas de serviçais do destino, quais somos todo tempo, cabe buscar nas purificações das almas, no projeto superior do Reino que existe logo no outro mundo vizinho ao nosso, tal Jesus tão firme considerou quando trouxe as notícias da imortalidade perante os mistérios desta vida curta de fim inevitável. Encontrar os valores de novas possibilidades, nisto reside, pois, o grande lance da religiosidade com responsabilidade e prática fiel.
Porém chamamentos inúmeros dividem as atenções dos protagonistas da comédia vivida no tempo eterno. Prazeres, posses, atrações; apegos aos pingos que gotejam da sorte de alguns; demoras nas estações dos pecados capitais; paixões desenfreadas que atendem só nalguns instantes fugidios, depois viram folhas mortas de paisagens, frustrações e desânimo. Perdem a melhor parte quando o egoísmo domina o palco, e abandonam as chances de semear as sementes gloriosas do merecimento bom, de construir castelos sobre a rocha, invés dos monturos jogados na lama do desassossego das incertezas.
Isto, sim, plantar mérito diante das contradições dessa jornada que se desmancha feito poeira no espaço das horas de dúvidas e fastio.
Por isso, na consciência mais íntima das criaturas dotadas de inteligência, dentro das engrenagens dos tais seres de que somos parte, existe a luz da possibilidade desse encontro consigo mesmo, aonde revelar-se-á nós próprios, segredo de estar aqui no formato que fomos construídos. Resta trabalhar com zelo os recursos infinitos da transformação de indivíduos em novos seres de que falam grandes místicos pela vida afora.
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