sábado, 22 de agosto de 2020

As artimanhas do Destino

Na conceituação budista há dois caminhos diante das existências: o darma e o carma. Darma é o exato percurso da perfeição, decerto impossível aos espíritos logo que aqui chegam nas primeiras reencarnações, porquanto quem não sabe tal seria qual quem não ver (como acertar de primeira vez aquilo que haveremos de conquistar vidas afora?). E carma, representa as consequências dos nossos atos em constante aprendizado, ação e reação, até chegar aos céus da plenitude. 

Destino vem ser isto, resultado e consequência do andar na caminhada espiritual na matéria, quando temos de encarar os frutos do que plantarmos no viver das tantas vidas. Quem planta espinhos colhe espinhos. Quem planta flores colher flores. Persistirá com isto a dialética de receber o que houver semeado, valor inexpugnável da Lei Universal de justiça, poder por excelência da Natureza. Daí as palavras místicas dos profetas de que ninguém paga sem dever. De que não nos cai um cabelo da cabeça sem o consentimento de Deus.

Nisso também a certeza absoluta do mais justo e da sabedoria face a condução dos acontecimentos através das razões de que ainda carecemos de nos aprimorar no correr da geração, motivo de virmos e voltarmos tantas vezes quanto necessário seja de obter a Salvação deste mundo ilusório. Essas as tramas do Destino, ao seu modo, que estabelecem os trilhos e as horas a quem quer que exista, de leigos a experientes atores, nós humanos. 

As oportunidades, por isso, significam lições da Evolução. Nas tentativas, entre erros e acertos, transcorre o tempo no fluir de objetos e criaturas. Nada anda fora da ordem. Os que resistem aos valores dessa Verdade apenas buscam conhecer melhor jeito de expressar a necessidade do que vivem. Pouco importa que aceitem e pratiquem tais conhecimentos, vez que somos meros coadjuvantes de uma história monumental.


Nenhum comentário:

Postar um comentário