quarta-feira, 6 de maio de 2020

Estado de oração

Esse nível de consciência em que o tempo se une à Eternidade, bem ali habitam seres silenciosos, às vezes de santos denominados, humanos tais misteriosos indivíduos que amadurecem rumo de uma supra realidade invisível. Além das previsões estabelecidas nos séculos, dormem agora sobre largas melodias e se vão; quase nunca voltam a contar o que descobriram lá fora que os resolveu para sempre.

A busca das religiões, das filosofias e dos sonhos, reúne isto de lá um dia abrir as comportas do mais íntimo da gente e despertar definitivamente aos olhos da Terra Pura, de que falava Buda. São passos ante passos diante do Infinito, portas abertas à Graça divina, o que de nada dependeu tão só dos místicos. Pouso da real felicidade, todos querem, porém raros desvendam o segredo universal a que vão por vezes de olhos fechados, quais mariposas à procura da luz desse Universo.

Tudo, afinal, resume o bem de clarear as próprias sombras, na certeza de haver lógica profunda no que viver nas pobres malhas deste mundo. Juntar gravetos de floresta escura numa fogueira que iluminará o trilho da percepção. Palavras ditas em momentos críticos, pensamentos de ânsia e sentimentos macerados nas dores da solidão, assim vamos nós os buscadores dessa luz mantida a sete capas no oceano da História das criaturas.

Face ao desejo de revelar a si mesmo aquilo que viemos achar pede oração de clamar aos abismos o sol da conformação, do perdão, da paz dos acontecimentos diversos e contraditórios. Aos olhos do momento, enquanto o coração treme de susto perante as dúvidas e dores, os parceiros dos fragmentos das coisas da vida, mesmo sabendo o quanto resta percorrer de sacrifício, vamos nessa linha estreita entre o Tudo e o Nada, o passado e o futuro, nas luzes dos elementos naturais. Guardadas, pois, em si as alternativas de renunciar aos apegos materiais, no deserto da alma existe a tal porta da Imortalidade. 

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