terça-feira, 3 de dezembro de 2019

Aprendizes do Destino

Quanta possibilidade no querer dos humanos, e nem por isso levada em conta no transcorrer das civilizações. Recursos vários quais honestidade, justiça, harmonia, no entanto são facilmente atirados na sarjeta da mediocridade. A necessidade vem sendo por demais, sobretudo de exemplos entre as lideranças, no seio do poder e das instituições. O cidadão preenche um cargo e esquece a finalidade, a responsabilidade, que lhe foi entregue e acha que vive só de crescer nas fortunas familiares, por vezes ou quase sempre desnorteados naquilo a que ascenderam.

A conclusão disso fica evidente na pura ignorância dos reais valores da existência e abandono das conquistas da espécie; isto depois de tantas experiências nefastas e desvios de conduta que pecam e destroem, sendo eles meros escravos dos vícios da fama e da destruição, longe dos compromissos assumidos.

Bom, mas ver de frente impõe visualizar essa ausência de conhecimento que gerar sacrifício de milhões. É certo saber que há um movimento constante das forças da Natureza também dentro das pessoas, e que as escolas ensinam a importância de praticar o senso da espiritualidade a que de muitos exige atitude. Houvesse amor verdadeiro e tudo o mais revelaria o quanto de poder dispõe o ser humano, ainda que desejem a satisfação temporária dos apetites materiais. 

Daí, hoje já se conhece motivos outros de praticar o poder, porém a vulgaridade fruto do imediato reclama o domínio da inteligência. Somos aprendizes do Destino, cavaleiros andantes da sorte, no mar do Tempo. Durante o passar das gerações, desfrutamos do direito à vida, raramente exitosa, contudo necessária ao crescimento dos indivíduos no seio das sociedades, a fim de transformar a si e ao mundo, até que um dia evidenciemos a causa de existir. Outros nos observam, professores que representamos na escola da Eternidade. Amar, pois, vamos nisto descobrir a força de sintonizar com a luz de Quem nos trouxe até aqui e observa os nossos praticados. 

sexta-feira, 18 de outubro de 2019

Bem dentro de mim

Nesses corredores daqui de dentro, entre painéis e luzes incessantes, vou mundo afora rumo desses desconhecidos enigmáticos do futuro. Tanjo os sonhos quais folhas soltas viradas no calendário do Destino. Por vezes, prego peças a mim mesmo, diante dos desejos de ser feliz. No entanto, de comum, busco incessante as fagulhas que iluminem erros do passado, isso através dos espasmos da religiosidade, que mantêm intacto o instinto de sobrevivência durante todo tempo. São aos deuses gravados nos tais painéis que ilustram as salas e os corredores que recorro nos momentos de solidão, a bater nas portas da escuridão que pede luz. 

Quase que adormecido sob os ponteiros do relógio das horas, insisto em contar as histórias da tradição de quantos nos trouxeram até hoje nos braços estafados de depois, e resistimos a qualquer preço, no mercado das condições humanas. Firmo pés nos barrancos escarpados e transmito aos outros o poder de alimentar antigas visões. Conquanto dotado dos meios necessários a reviver, nas manhãs, os ideais que morreram na véspera, nalguns amanheceres ainda doem as cicatrizes dessa batalha de viver. 

Há, igualmente, o pulsar pertinente do coração, olhos postos no amor das criaturas, talvez o valor inestimável que arrasta todos aos campos de produção. Cercados de espiões da vigilância, somos espécies de trabalhadores forçados da lide imensa. Desconfiados, apressados e submissos, cabeças baixas às determinações do inexplicável, cá iremos nós ao foco dos céus. Sísifos a rolar pedras ao cimo das montanhas, silenciosos, presenciamos nascer o Sol e deixamos escorrer o suor das almas rios abaixo, nas ladeiras do Universo. 

A isso, porém, de amar e ser amado, eis a única razão de ser e estar em quaisquer das circunstâncias. De nada adiantaria o que quer que fosse não existisse amar e ser amado, viver e continuar em frente, face as bordas do abismo e das eras. 

quinta-feira, 3 de outubro de 2019

Amanhã a esta hora


Lá, bem ali, já nada mais de hoje haverá para sempre. Tão só o senso da memória fala nos sinais adormecidos de antigas refeições. Doces amargos que descem vida afora nesse mar de poesia que se dissolve no andar superior. E nós aqui na busca da lógica universal das criaturas.

Esses mesmos senhores de si haverão de conduzir o absurdo das horas vividas além da própria vida. Olhos postos entre o antes e depois, quedam os dentes diante das pedras do caminho. E veem que nem de qual maneira existirão daqui a pouco no correr dos ventos. Enquanto os sentimentos dormiam no seio das almas, elas iam sem saber aonde chegar, porém teriam de tocar em frente luz o que alimenta essa história inacabada.

Elas, as palavras, no entanto precisavam possuir a força de permanecer superpostas nas trilhas do horizonte, finalidade de tudo e ausência de quase nada. As palavras, que gritavam na alma da gente e pediam passagem no claro das manhãs. Pássaros soltos no imenso coração das multidões, avançavam no silêncio feitas feras ansiosas de sobreviver ao desaparecimento constante das manifestações dos elementos. 

Os muros, pois, persistem a determinar limites às individualidades. Querer ser livres todos querem, contudo apenas isso de não fazer o mínimo esforço de conhecer o existir logo ali por detrás das conveniências. Nisso morar nas profecias aguardadas que voam no ar dentro do mar das tradições. 

Quais chamas de fogo nas dores deste mundo, os pares evoluem nos céus e revelam em si a força da criação de novas ocasiões que desvendaram do sonho das hecatombes e nunca transformaram a esperança em fé, sustentaram de amor o desejo. Os deuses de cada um por isso trazem guardados segredos de poder só pouco a pouco nascendo no íntimo de tais seres humanos.

sexta-feira, 13 de setembro de 2019

Rotas de fuga

Depois dos tempos atuais, na hora morta de depois, virão as feras que buscavam regressar às cavernas primitivas sob cujas paredes desenhavam as primeiras magias simpáticas antes de saírem à caçada dos bisões. Sim, são essas as rotas de fuga de nós mesmos diante do silêncio do futuro. Correr aonde o tempo perca seu império e dormir na cama que escolhessem, de Manuel Bandeira. Anoitecer e não amanhecer face ao movimento dos astros lá de longe nas marés dos oceanos. Olhar o verde das matas e sorrir aos sonhos da véspera, na firmeza de que a saudade acalmaria e os momentos deixariam de doer tanto. Apaziguar, pois, o mistério de existir e aceitar tão só o ser de que somos semente. 

Sumir no limbo da solidão e viver contente qual vocação das esferas de que compomos o quadro sideral. Amar, afinal, porquanto outro sentido não restará a todos os bichos e objetos. Adotar o impossível numa espécie de norma de sobrevivência, no entanto ciente de que os laços da matéria foram apenas laços da matéria, rompidos e úteis naquele período quando a humana consciência buscava a porta de sair rumo das estrelas. 

Chegar em casa, eis o objetivo das naus nos mares bravios da incoerência. Passo ante passos e a história que faz transcorrer as lutas insanas. E o porquê disso tudo ficará distante aos olhos de quem escolhe as alternativas de repetir os mesmos corredores da Antiguidade Clássica. Enquanto realizavam o roteiro da libertação, eles venderam a alma tantas vezes, a ponto de querer possuir a propriedade de si, sem contudo nem conhecer os meandros da natureza mãe.

Agora desejam a qualquer custo receber donativos da sorte e salvar do inevitável os frutos que hão de colher. Buscam as raízes do que não plantaram. Ou plantaram. Autores reais da criação e do futuro dormem de olhos fixos nos pratos que balança o Destino.

quarta-feira, 21 de agosto de 2019

Sinais

O dia que haverá de chegar trazendo os sinais, de uma hora a outra, quando os pássaros silenciarem; cuidem, pois, de reunir o que resta e tocar adiante o barco dessas ilusões que gradualmente perdem força. Qualquer esquina servirá de ponto de encontro aos que terão de tocar adiante mundo de corações aflitos. Serão os líderes que restam do jeito deles que conduzirão os destinos da massa ignara, olhos postos no futuro ausente. Portas que abrem de par em par manifestarão do caminho à multidão enfurecida. Pais, filhos e netos, todos de mãos firmes no porta-estandarte da esperança, sobrevivem aos mistérios e vagam soltos entre os dentes dos arranha-céus abandonados; só filmes fantasmagóricos e solitários aonde antes foram veículos, festas e ruídos estonteantes dos trastes acesos na lama da carne.

Qual disseram, a que mundo fugiram os pássaros, eles que aqui deixaram tontos de melodias artificiais as bocas amargas da véspera. Espécie de angústia elaborada de tantos noticiários, a tradição desapareceu. Uma grande tribulação prepara a humanidade em forma de passageiros de tempos novos que nascem da brisa matinal. Ali todas as nações já ouviram o Evangelho. Haverá sacrilégio, morte e destruição; templos fechados e gente buscando as derradeiras notas do passado distante. 

As vozes gritam em movimento de acreditar nessas naves que virão colher os prometidos largados pelas calçadas do Universo. Tudo pedaços flutuantes de sonhos estranhos, juntos na hora do Arrebatamento. Por causa da maldade, o amor de muitos esfriará e pessoas ficarão perplexas com a agitação dos mares. Ocorrerão desavenças no seio das famílias e das nações. O Sol e a Lua deixarão de brilhar e as estrelas cairão do céu. Um tempo de sofrimento como nunca houve, mas que será abreviado em nome dos eleitos. Por isso, é importante estar preparado, vivendo de maneira que agrade a Deus (2 Pedro 3:14).

quinta-feira, 1 de agosto de 2019

O último dos mistérios

Oh! Mistério tenebroso, quando tudo que há haverá de sucumbir aos efeitos do Tempo e desaparecer na derradeira dobra além do quanto existirá... Donde seguir, fugir em que direção, se todas jamais estarão ali aonde dormitavam os mendigos da praça ontem de madrugada? Qual desses meios de evoluir registrarão os sinais dos tempos de quando houve o momento de tocar o chão da inexistência e prosseguir sem interrupções mundo afora?

Assim, tal qual a infinitudes que persistirá após a conclusão dos objetivos, o último dos mistérios será a vida que viva, a continuar para sempre, portas abertas a nenhum rompimento, e os pássaros da imortalidade baterão suas asas rumo ao Sol. Pequenos objetivos que voam. Rápidos traços diante da luminosidade absoluta. Dentro deles haverá gotas de lágrimas perdidas e alegria. Venceram o desaparecimento e sustentaram a lâmina de ouro do sonho enquanto olhavam apenas fieis a certeza da vitória.

Nisso eles, os dois pássaros voam soltos na eternidade informe, longe das saudades, amáveis seres em si, de corações em festa resolvem salvar a alma e viver o mistério da Salvação. Amar, que Deus ama e Jesus ensina. Abraçam, por isso, a luz da consciência e mergulham no horizonte das manhãs mais livres. Encontro de longos desejos da humana felicidade que ainda anda vagando solto perante as religiões do coração. Vamos, gente, vamos acordar que existe um tempo previsto de libertar os apegos e crescer rumo da possibilidade de que todos ora somos dotados, que a isso é que viemos até aqui neste chão de tantas contradições. Agir o quanto antes significa vencer a perdição que sujeita imperar de uma hora a outra e o barco sucumbir. Este o último dos mistérios guardados durante as guerras e que renascem depois de passar os dias de ira. 

segunda-feira, 29 de julho de 2019

Os parceiros da Criação

Deus fez assim, nós próprios a participar intensamente da construção nas existências do Ser. Sim, pois em crescimento, carecemos crescer das raízes em que estamos plantados; participamos na edificação de tudo quanto há, e haverá, e trabalhamos dentro de nós a força viva das eternidades, sementes da felicidade que o somos, instrumentos da Salvação em andamento. A saber, disso o valor que todos temos no que hoje somos, que traz em nós as matrizes da solução de tudo, andamos através da maravilha dos corpos integrados ao sistema da suprema Natureza. 

Nisso, parceiros nada menos do que do Autor das Existências, cavaleiros andantes da esperança, tangemos esse poder da melhor forma que podemos, no entanto, dos tais modos inseridos na perene continuidade, face às civilizações em festa com que agora fertilizamos os solos da Criação. 

Quisemos, e dizemos, que somos partes necessárias ao desenvolvimento das espécies, mesmo que trabalhemos, por vezes, equivocados nas ações, entretanto aceitos na grandeza da bondade do Pai. Conquanto previstos que seja de tal maneira, seguimos os espasmos de só aparente imperfeição que leva a marca dos níveis da continuidade, e cá estamos de armas em punho a lutar na possibilidade das formas menores daquilo em que viremos chegar certo dia.

Tais raciocínios conduzem ao espaço da persistência, vontades em elaboração no concerto das espécies. Nas horas estão os meios de experiência que alimentam a fornalha dos destinos. Quantos pequenos senhores da paixão arrastam consigo esse valor infinito das largas realizações, eles, nós, mestres em formação, luzes em fermentação. Daí, julgar uns aos outros foge definitivamente de nossas crenças. Se iguais, quais aqui, razão nenhum se dispõe em querer dominar além das almas da gente mesma. 

Fermentos da massa dos espíritos, pesa em nossas mãos o condão dos gestos positivos, trabalhos de Deus nos minúsculos raios de plenitude espalhados nos céus desta condição humana. 

sábado, 20 de julho de 2019

Além da dualidade

Bem onde existiu o amor, única e exclusivamente, poder soberano que a tudo circunscreve na leveza das espécies, era ali o início do século absoluto, na dissolução das massas ao calor das circunstâncias. Das dores do parto sobre as rochas ígneas do furor, nascera um Eu diferente do quanto havia; fora a renovação de aves e sonhos, pura transformação em esperança do que existira perante o desespero final. Aqueles que assim nutriam de vontade o ânimo das feras adormecidas, eles, esses, verão a Deus.

Passadas que foram as primeiras caravanas, novas expedições desceram do céu e abriram caminhos de receber os eleitos na Terra da Promissão. Unidos em si, acalmaram os sentidos físicos no abraço fraterno, definitivo, longe das horas só das angústias, detidas que foram nas garras das esfinges e dos dias. Destarte, longos semblantes disso vieram às praias do coração e despertaram o senso do inigualável de dentro das existências.

...

Pouco importa, pois, outros mares enquanto o dilúvio de fogo calcina as palhas atiradas aos bichos famintos de paixão; olhos fixos na paisagem lá distante, a inutilidade sumiu nos becos escuros. Isto, apenas isto, a união dos objetos no nada universal do que há vagando solto nessas histórias de destruição em andamento. Entretanto, a farsa do espelho embriaga de desejos os velhos Apolos nas noites de perdição e desamor.

Outro mundo, outros mundos, aonde seguir os parceiros da sorte, colhidos que foram nos botes das naves na festa sideral; portas delas se abrirão de par em par.

...

Aceitar, porém, de bom grado, o rosto da razão na matriz do coração, eis a fusão inextinguível de mil sóis, síntese dos seres de humana inteligência; desvendarão o mistério dos dois eus, resposta dos enigmas de que fizemos parte durante todo tempo da existência, a pisar o chão das almas e resolver as ilusões na mais extrema felicidade.

terça-feira, 16 de julho de 2019

Uma irreal transformação

Do meu quarto de um dos milhões do mundo, / Que ninguém sabe quem é /
(E se soubessem quem é, o que saberiam?). Fernando Pessoa

São desses que se arvoram senhores do Universo e nem de universo nada entendem, assim seriam seres habitantes das galáxias bem semelhantes aos que vivem aqui nesse torrão natal, centro dos mundos em profusão. Contudo há que haver transformação, porquanto somos apenas e apenas o somos o que nada mais seremos um dia, cedo ou tarde. E vêm as mudanças radicais, extremo das horas que foram sem pressa de voltar. De meros instrumentos de consciência em desenvolvimento, tornamo-nos atores das próprias contradições, jogados aos mares do desespero de buscar sem achar a porta de sair fora desse território neutro da ilusão. Nisso, os tempos vagueiam com água pelos pés em volta das criaturas, numa queda livre no sentido da renovação das células da matéria. Feitos máquinas de carne, penduramos na corda dos segundos velhos trajes dos dramas que vivemos e nem de longe às vezes os compreendemos. Admitimos ser fatores de renovação das estruturas arcaicas em que nos deram de viver, e padecemos presas das arapucas da sorte, espécies de autores inveterados nas mesmas histórias dos milênios que sumiram nas eras desaparecidas.

Bom, desse anonimato das criaturas que o seremos, enquanto não descobrir as razões principais do Ser e quais as reais intenções de Quem nos criou, alimentamos, anos a fio, as feras que carregamos por dentro das entranhas; e inventamos alternativas desonrosas e honrosas, diante do silêncio das infinitudes. Criamos mil maneiras de justificar a essência que ainda nem desvendamos; rimos; corremos; voamos, durante o trajeto de um leito a outro, nas estradas do Sol dias infindos. Melhor seria dizer que trocamos de roupa, nutrimos de filamentos os pensamento e justificativas bizarras que traçáramos de mão em mão, nos baralhos do escorregadio. Com isto, o excesso de personalismo deixa-nos imaginar as transformações sem vivê-las em plena realidade, fazendo disto só miragens apagadas em desertos iluminados.  

segunda-feira, 15 de julho de 2019

Antes das palavras

Nalgumas horas, o instinto de sobreviver perpassa as falas deste Universo e produz esses pequenos formatos de som que chamamos palavras. Desejos, então, sem par, envolvem os sonhos e, num relâmpago, sentimentos compõem os pensamentos que a tudo reverte numa melodia dos significados. Fome incontida dos gestos de transformar domina o silêncio e a matéria prima das mil palavras enche de cor a paisagem deserta. Para mudar a paisagem, basta mudar o que sentes (Rumi).

Mas as palavras existem porque as pessoas existem. Elas vêm sós depois das pessoas existirem. Atravessam, pois, as pessoas e chegam ao coração, donde eles nascem e fazem o movimento dos barcos até as outras pessoas. Cruzam sete mares, descem cachoeiras, vagam no ar das montanhas, dos vales, e tocam de novo outros corações. Ah, palavras! A sede do encontro, a morada de tantas felicidades guardadas no íntimo das criaturas humanas... Pedaços de almas em movimento, de um tempo a outro, de uma cápsula de solidão a outra cápsula de solidão.

Fustigam o silêncio, quais querendo rasgar de esperança a agitação das consciências. Instigam o ritmo do tempo no seio das eras, descem pelos abismos à busca de outros amores, quando amores mais antigos desaparecem no mistério dos enigmas, enquanto a forja desses pequenos blocos de interrogações preenchem os vazios da imensidão nas pessoas inertes. Sacodem, reviram, criam, alimentam de inesperado o sacrário ainda escuro dos habitantes deste mundo. 

Tais ondas sucessivas, tocam o momento e sustentam de sonhos o ânimo de tantas palavras que nascem do silêncio e se transformam em instrumento de vida, fantasmas que percorrem nuvens ao passar no céu. Houvesse apenas luz no Infinito e as palavras viveriam para sempre na alvorada, a clarear as manhãs dos deuses, e casariam, afinal, com o silêncio, diante do Destino

sábado, 6 de julho de 2019

O Deus Pai

Tão simples, e ser a realidade em forma de verdade inevitável. Deus, Pai. O mais são as meras circunstâncias do poder do Infinito que a tudo perpassa numa velocidade estonteante. E luzes se sucedem pela alma inesgotável do Tempo; coerência e furor. Uma presença viva entre todas as vidas; razão das existências; e a força de amar e ser amado diante de manhãs reunidas em única e só claridade absoluta. Pai de bondade pura, que envolve e nos envolve de suavidade a presença das cores e dos seres, em profusão no solo da Natureza. 

Quanta alegria e felicidade neste encontro de causas e consequências, quando, enfim, a paz veio reinar em caráter e consistência das noites e dos dias, alimento para sempre de sonhos autênticos daquilo até então adormecido sob o manto da Eternidade. Ele, aqui junto do instante, a preencher o território do Inconsciente na intensidade sublime das certezas e dos Céus.

Aceitar, pois, de pleno desejo as determinações de conciliar o instinto de Si consigo próprio e reviver no coração possibilidades guardadas nas bênçãos dos longos caminhos. Vem, agora, nesta leveza dos astros; domina o teto do Espírito e repousa o íntimo das verdades inexplicáveis, resistentes, contidas em momentos de dor e incertezas. Ente glorioso, revela o motivo dos elementos aonde só deslizava o firmamento qual a razão essencial do Universo. 

Assim, fruto dos sóis das incontáveis galáxias, advém na dimensão de pensamentos e sentimentos; preenche de pureza os espaços do conhecimento e desfaz dúvidas antes resistentes, agora apenas versos antigos de saudosas canções de ninar. Mar da bondade, trono das realezas e pouso definitivo das aves em movimento, nos abraça, no demorado calor da plenitude, e alimenta de Amor o senso da divindade há muito já presente no fervor da Criação de que somos feitos. 

quarta-feira, 3 de julho de 2019

Não há manchas no céu


Os dois andavam às tontas de saber o quanto de risco habitava naquele cômodo escuro do sótão de uma casa abandonada. E tiveram medo, conquanto apenas viam lá fora a guerra e seus movimentos devassos de marchas, de dor, tanques, explosões, crianças e mães aflitas a correr na rua cinza defronte. Enquanto isso, eram apenas dois perdidos naquela noite da alma e aflições. Liam a natureza através dos vidros esfumaçados, cobertos da poeira do tempo. Era monotonia de cascalhos e feras soltas. 


Aguentar as dores daquele mundo tornou obrigação de sobrevivência; trocavam opiniões entre si sobre viver, amor, alimentos, sede, durante o tempo dos ruídos nefastos lá de fora. Mas resistiram o tanto suficiente de presenciar, nalgumas mudanças que as horas trazem, algo de possibilidade que definiu primeiras sombras de que logo ali ao lado novas chances de libertação mostrariam o jeito de pessoas diferentes da batalha virem em multidão às bandas de cá do leito da rua. Umas mulheres de trajes longos, cabelos escorridos, quais damas misteriosas do destino, olhos ofuscados na claridade com que se deparavam ao presenciar a paz. 

Aquelas aparições vieram chegando silenciosamente; foram abrindo as portas de baixo dos cômodos da casa envelhecida; reanimaram eles dois e indicaram claridade do caminho do que, pouco antes, parecia final dos tempos em definitivo. O que só parecia desespero, impossibilidade, reverteu o rosto e revelou otimismo, alegria. 

Assim, nas transições das nuvens que passam no firmamento, durante vezes, o universo parece fechado para sempre; em seguida, bonança sem par envolve as fibras do coração e os viventes nutrem de paz a consciência, um alento dos deuses que prevalece diante dos panoramas ocultos. Espécie de renascer estonteante, capaz de converter piores incrédulos, bárbaros e facínoras, porquanto há estrelas no céu que iluminam trevas e plenifica de amor os corações.

sábado, 29 de junho de 2019

O Senhor é a Lei

O que as religiões, as filosofias, os poetas, buscam definir é o simples que de tudo emana. O equilíbrio universal. A força viva da Natureza. A essência dos elementos. Esse poder absoluto que determina o andar dos acontecimentos. Há notícia, entre os gregos antigos, no Olimpo, a casa dos deuses, de que lá havia um altar dedicado ao Deus Desconhecido. Ele, esse conteúdo inevitável que perpassa o transcurso dos dias, queiram ou não os incrédulos, representa a determinação, o senso transcendental que requer o mínimo de consciência dos humanos, ditos seres inteligentes. 

Por mais que exista esforço de todas as disciplinas estudadas nas academias, provar a soberania do Poder tão evidente requer mais do que palavras, conceitos, que esbarram nos limites dos raciocínios e que condicionam a compreensão a meras quatro paredes da impossibilidade. Explicar o inexplicável. Enquanto o espírito do Tempo circunscreve inclusive a descrença dos doutos, nisso a Lei impõe, determina, fatores intangíveis, ocorrências fortuitas, aparentes coincidências, e tudo permanece de acordo, na contingência das cores desse panorama visto daqui das nossas condições restritas. Domar, conter, restringir a voragem dos séculos sustem, entretanto, que a obediência advêm dos frutos da sabedoria, adquirida no decorrer das experiências e dos pendores deste chão de almas que mourejam entre desvarios e sonhos. 

Compreender, portanto, que nossos instrumentos apenas restringem a percepção desse Ente a que buscamos desesperadamente na história da Humanidade, significa acalmar pensamentos e viver os reais sentimentos de pertencimento, diante das réstias de luz que nos chegam ao Coração, pátria da humildade, setor da paciência e caminho da Verdade plena.

Os nomes de Deus vivem no íntimo de todas as criaturas. Buscar a Paz identifica o sentido a que essa harmonia original se destina, pórtico das tradições e dos mistérios, sol dos enigmas e pouso das aves do Paraíso. 

terça-feira, 25 de junho de 2019

O saber divino

O aspecto místico das indolências pede essa libertação de si mesmo, o chamado de essência de tudo quanto há todo tempo que nunca passou. Emoções inteiras de receber a força do Infinito dentro da própria consciência. O canto de todos os sons do Universo inteiro, sem toques de que algum monstro de escravidão ou desengano um dia ferisse a vontade das vontades que expande os sóis de verdade pura na alma e nos corações em festa. A quem dizer, pois, dessa luz enquanto brilham os astros no céu?

Nisto, um ser de luz habita durante todo sempre no mistério das existências. A meta do amor é voar até o firmamento. A do intelecto é desvendar as leis e o mundo. (Rumi) Sorri nos sentimentos e abraça a condição humana qual razão de plenificar amor à vida sórdida ainda na matéria. Conhecer do presente seus segredos e fluir do mistério a condição que tudo revela, supre das palavras o prazer dos espíritos no âmago da floresta. 

Quantas vezes, assim, o desejo de conhecer permite sonhar com mais pureza a liberdade, enquanto batem no peito traços últimos de sofrimento. Apenas quiséssemos vencer o medo e acabaríamos com a culpa, dois adversários ocultos sob as folhas da ilusão. Vencer os fantasmas e as noites, e dormir sobre as conquistas de um Eu bem verdadeiro. 

Sim, isto de abraçar instintos, as marcas fortes do ente que acorda pouco a pouco, e transmite poderes às lendas em novas revelações; caminhos lentos em saltos monumentais; monstros em gênios; bruxas em fadas. Mares virgens da velocidade do vento que são agora meros frutos de safras inesgotáveis de humildade e aceitação, o fogo na montanha íntima da paz. Aceitar, abraçar, vencer; poucos que chegam no pouso da felicidade vencem o território inesgotável da condição de deuses que já o somos. Afinal, o êxtase de amar que nos envolve e domina.

sábado, 22 de junho de 2019

Vida hoje só provisória

Ainda que tantos insistam numa permanência mais que definitiva, ninguém viverá eternamente morando numa estação. A velocidade dos objetos voando ao vento mexem de paixão na consciência das máquinas em movimento. Vezes sem conta, nascerá o Sol. Dias menos dias e o comboio passa, trazendo e levando troços arrecadados, bolsos cheios de ilusão, nos entretantos e dúvidas. Reúnem hoje, descartem logo adiante, nos lixões da inocência. Pessoas, nós, mesmas pessoas que ontem fomos e amanhã deixaremos de ser, aqui entre ferragens, becos e concretos; muralhas, vales, cifras, céu aberto. São eles (nós) personagens do Destino, bem parecidos consigo (comigo) e com demais outros.

Porém há nisso a essência do ser em transição do nada a coisa nenhuma, consciências vivas das sementes na existência, bondades absolutas do mistério. Trabalhar o seguimento dos motivos de andar, fervilhar e sorrir preserva a inutilidade do sentido e das eras, porquanto nos é dado responder à pergunta desde o berço, guardada que foi no imo do humano coração. De certeza somos eles, os guardiões do segredo que significa exatos silêncios alimentados na dor e no prazer. Pisamos caminhos de tantos perseguidos e seremos perseguidos pelos novos pelotões. Querer pesa pouco, vez que nem de longe interrogados fomos, a encenar esta peça dos enredos desconhecidos.

Bom, bem isso, numa dessas tardes de horas cinza, horas claras, dos calendários fortuitos, e dizer aos nossos ouvidos que sabemos o que não sabemos e representamos talvez enganos mil da vaidade, olhos vistos no infinito. Entretanto parar o quê, se nem sabemos do roteiro desse trem acelerado que reclama atenção e seriedade, onde filósofos pintam portões de felicidade a tintas foscas e que pouco de si representam. Meros joguetes na própria sorte, enganam e dormem, vadios nas palavras e perdidos nas cores.

Então, resta apenas isso de indagar do tempo qual será a próxima muda de roupa a usar nas próximas cenas, e vivam os fiéis expectadores das novas temporadas. Disso ninguém duvidará, de sermos atores menores de um roteiro monumental.



quinta-feira, 20 de junho de 2019

Há um Eu eterno

Ao que consta das lendas e dos tratados, porquanto sempre assim aconteceu bem no seio das criaturas humanas existe um meio de vencer as intempéries, angústias e aflições diante dos limites insistentes deste chão. Trilhas essas da geopolítica das próprias criaturas, nelas se oferecem os instantes de glória seguidos de perto pela sensação de não achar a porta do que significa a libertação no extremo final. Buscam, à exaustão, modos suficientes de responder ao enigma, no entanto batem longe do sucesso às condições de provar a si o quanto distantes ainda passam das vertentes da libertação. 

Nisso, persistirá a vontade imensa de ser feliz durante todo tempo, o que galvaniza o interesse dos humanos, que lutam desesperadamente à cata da satisfação plena fora do giz das condenações em que mourejam ricos, pobres, da cor que tiver, do credo que praticar, sexo, poder, fama, idade, de tudo e todo jeito de ser e haver. Fome de absoluto domina, pois, as instâncias dos mortais, pretensiosos de esperança. 

São tais anseios, destinos ingratos, contudo, que tocam adiante o rebanho nos variados quadrantes das raças e civilizações. A quem perguntar, a quem implorar, em quem acreditar, porém representa só o instinto da sede do divino que alguns revelam vez em quando, e sobem aos altares dos exemplos. Ao resistir e vencer tais fronteiras da matéria, vão a rincões afastados e rezam silenciosamente as suas dores e adormecem no anonimato das multidões. 

Poetas, místicos, santos, dão notícia dessa força diferente que habita o coração, jugo e fardo, entrega ao mistério das espécies, mártires do amor, heróis da imensidão. Consumidos ao fogo da paixão da Eternidade, deitam laços de convicção à fome incontida do mais que perfeito; aceitam no ser a alma que nele existe e crescem à velocidade da luz, porquanto há em nós um Eu eterno que nos anseia a todo o momento, única verdade que importa em essência e contrição. 

terça-feira, 18 de junho de 2019

Emoção da sobrevivência


Depois dos obstáculos serem vencidos e diante do inevitável de inúmeros acontecidos face a face com o desconhecido, fera de dentes amolados e garras afiadas, perante os deuses do Olimpo ali no senso da necessidade que impôs o poder do desejo à força dos milhares de séculos, esbarrara no templo da paixão. Único sentido diante de tudo, que resistisse a mais esse desafio e pudesse dormir, ainda que de lágrimas insistentes virem aos olhos e comprimissem a garganta seca.


Que dizer, no entanto, que serva de guia nas trevas escuras de si mesmo, corpo de vontade imensa a rever a fonte da beleza na luz incandescente do amor. Contudo apenas um motivo servira de razão a sobreviver, que preservasse o poder da sensibilidade a qualquer custo, vez que razão de existir significa tão só vencer o enigma e amar muito mais e acreditar que assim virão dias melhores, na justiça da Eternidade.

Desse modo, os guerreiros persistem nos combates mortais, aos crivos do destino, que há de haver grandes suficientes de atravessar o Inferno e cruzar as barreiras do Infinito, até divisar o portal das certezas. Canções falam disso durante as noites de saudades perdidas, no decorrer das vidas distantes.

O nome dessa verdade persiste vagando entre as árvores do ser lá de dentro, corpos largados vezes sem conta nos campos abertos do Sol. As sensações, pois, de uma felicidade experimentada pertencerão sempre aos que obtiverem do sonho notícias recentes.

E saber que o momento e sua raridade seguir-se-ão guardados no imo do humano coração, jamais esquecendo a ocasião de vencer impossíveis durante as eras que ficaram gravadas no firmamento das horas mágicas. O trilho da realidade inesquecível agora detém o valor da emoção da sobrevivência, algo bem de Deus, na forma de alimento.

segunda-feira, 17 de junho de 2019

Jackson Bola Bantim

Essa geração da vanguarda artístico-cultural dos anos 60 e 70 guarda nomes que marcaram época na região do Cariri cearense, dentre os quais Jackson Oliveira Bantim, o Bola, que pode ser classificado com um homem dos sete instrumentos. Votado ao mundo artístico, transita com extrema facilidade no cinema, na fotografia, na música, na cultura popular e nos eventos do período, vinculado a instituições ou por conta própria, evidenciando nítida vocação ao fazer das várias manifestações que abraço nesse mundo das artes e da cultura.

Descendente (bisneto) de Luiz Gonzaga de Oliveira (Gonzaguinha), fotógrafo profissional, ator e exibidor, pelo interior do Ceará, das primeiras produções cinematográficas, período de 1885 a 1930, Jackson Bantim logo tangenciaria pela mesma vertente, inclusive criando, junto às instalações do Instituto Cultural do Cariri, do qual é sócio efetivo de cadeira, o espaço denominado Memorial da Imagem e do Som Luiz Gonzaga de Oliveira, aberto ao público pesquisador das áreas de áudio visual, história e cultura popular regionais, que funciona desde 17 de maio de 2012. 

Casado com Fátima Serra Bantim, é pai de Jamylla Andrezza e Thiago, e avô de Jéssica, Jackson Manuel e Miguel.

Em 1974, teve uma participação no filme Padre Cícero, do cineasta cratense Helder Martins. Depois, residiu e trabalhou em Campina Grande PB e Fortaleza CE, também na área cinematográfica e de produção para de vídeos para a televisão. Em Crato, participou da maioria das realizações cinematográficas do Cariri desde a década de 70. Entre as produções cinematográficas de sua autoria uma se destaca com mais intensidade, As sete almas santas vaqueiras, produzida e lançada em 2009. 

Além de produtor de shows de grandes artistas nacionais em nossa região, Jackson é compositor de músicas gravadas por cantores e grupos de renome. 

Acompanhou de perto o merecido destaque do poeta maior do Sertão, Patativa do Assaré, de quem mereceu a amizade no decorrer da existência do vate. Amigo de figurões proeminentes da música popular brasileira, esteve à frente de espetáculos os divulgando em nosso meio e noutras regiões do País e no Exterior, quando, por exemplo, teve a oportunidade de acompanhar os Irmãos Aniceto em sua excursões à Europa. 

Outras atuações efetivas de Jackson Bantim dizem respeito a montagem de exposições artísticas e culturais, sobretudo junto à Universidade Regional do Cariri – URCA, onde presta serviço há mais de década em assessorias voltadas a eventos de cultura e arte. 

Desta maneira, tecer comentário a respeito de Jackson Bola Bantim significa, sobremodo, considerar personalidade ímpar desse universo mágico caririense a que tanto carinho devota e onde exerce liderança com êxito e bons frutos; de espírito identificado com as origens do nosso povo sempre valorizou as tradições e os registros da cultura brasileira, sendo reconhecido pela força de  trabalho e habilidades no rol dos que constituem esse panteão de artistas e mestres das heranças atávicas. 

Nesta fase, Jackson Bantim ora consolida o sonho que alimentou de ver no ar a emissora educativa da Rádio Universitária URCA, 94,3.

sábado, 15 de junho de 2019

O cérebro do coração

Dia desses, li no Facebook uma matéria a propósito de que o coração também pensa, isto é, que também dispõe de cérebro semelhante à razão, este que exerce atividades pelo cérebro com que trabalha. Isso vem sendo afiançado pela Física Quântica, nos estudos das qualidades abstratas da energia mental, descobre e comprova funções cerebrais através de ondas e de partículas, meios em que circulam as realidades até bem pouco ignoradas pela Ciência.

Deste modo, partindo desse pressuposto de o coração possuir território reservado de se manifestar através de cérebro exclusivo, área própria disso acontecer, há que avaliar o poder dos sentimentos, porquanto estes são gerados no coração; enquanto maquina, os pensamentos nascem da fria razão intelectual, o coração também sente e emociona, e pode transmitir o que produz. 

Antes, quando a psicologia estimava tão só ser o cérebro de pensamentos, monopólio da razão, falava na transmissão mental, ou telepatia, exaustivamente pesquisada inclusive pelas nações envolvidas na Guerra Fria, segunda metade do século XX. Russos e americanos reservavam parte dos seus esforços nos laboratórios a conhecer de mentalização, chegando a conclusões de respeito em face dos frutos obtidos.

Nestes dias, os avanços já ocorrem nessa outra vertente, do poder de transmitir sentimentos, quando consideram a força que possui a mente do coração e sua influência bem maior do que a influência meramente física, digamos assim, material, da razão. Nisso andam passo a passo os meios da tecnologia avançada de aproximar pessoas, comunicação bem mais presente junto das outras, em constantes transmissões dos sentimentos, de coração a coração, ocasionando verdadeira revolução nos relacionamentos interpessoais pelas máquinas ora existentes, neste mundo globalizado.

Essa constatação representa, portanto, avanço estimável na possibilidade humana de transformar a consciência em outro patamar de percepção, a lembrar palavras de Jesus: Meu caminho é o do coração; ninguém vem ao Pai a não ser por Mim. Abre, então, nova perspectiva na evolução, diante dos recursos dos novos instrumentos em unir pelo Amor, este fruto originário do Coração.

sexta-feira, 14 de junho de 2019

Vazio absoluto

Lá das origens quando nada existia, nem um nada que fosse, o princípio do princípio vagava pelas fimbrias na inexistência, e nisso apenas o Verbo que se faria carne e habitaria entre nós, feito nós, apenas isto caminhava no vácuo. O Nada, personagem invisível, inextinguível, trocava passos nas manhãs do Tempo. Desse absoluto inexistente daí nasceria o Um, o eu primeiro da existência, o ente por demais universal que logo coordenaria o Dois; do dois viriam as Mil existências espraiadas pelo mundo em volta.

Regressando, portanto, ao portal das virtudes, ali da extrema inexistência, era a pobreza no sentido puro, ausência do que quer que fosse, alguma consciência nenhuma da total desconexão com o que quer que existisse, vez deshaver, bem assim o lugar da paz na Verdade, pureza em estado puro. Conquanto voltasse ao nível dessa ausência de ausências, bem no foco radical das presenças ausentes, de tal modo haverá de ser quando persistir o momento do reencontro de si para consigo. Saudade de quê, hora quando nem palavras haveria? Só o senso do Nada, o amor em forma de luz da plena percepção de Si altivo e claro.

Num momento qual, antes, pois, até do Um, achar-se-á o movimento dos primeiros seres, ainda que depois do Dois que virá ao sol do primeiro dia. Naquela seara de nenhum rei, porém pouso de todas as origens, quaisquer sejam, abraçar-se-á o instante da desesperança em forma de totalidade e far-se-á a plena luz da primeira Consciência de volta ao Nada. 

Há que rever os sentimentos e notar que única e exclusivamente por meio deles será possível compreender na latitude do nosso Coração ao impulso original, que dará presença aos menores fatores de viver o ritmo e o pulsar das estrelas entre as palmas dos Céus, e encontrar, por fim, o pomo da Felicidade, razão de Tudo, nascendo desse Vazio Absoluto que impera eternamente ao longo do deserto entre o Ser e o Querer, entre o Querer e o Ser, nas praias da Esperança. 

terça-feira, 11 de junho de 2019

Bem mais que precioso

Tempo, orixá venerado de todas as tradições, ele que passa numa velocidade estúpida e desvanece diante das dobras do vento, moleque vadio, largando folhas secas pelo chão na carreira de que é. Quando menos se espera, aonde foi, aonde foram, sumiu, sumiram, na Cachoeira do Tempo, rio imaculado, mantido tão só à distância do inesperado, ossos reluzentes de saudade e poeira. A gente olha em volta e cadê os habitantes do momento que fluíram nos rochedos da sorte. São fortes os abraços solitários nas estações, enquanto a multidão indiferente espalha passos pelo escuro de depois e nunca mais.

Esse enigma frontal das espécies age incontinenti vidas a fio, horas sem conta, marcando o ritmo das contradições humanas. Ser ignoto, invade o firmamento das luas e logo desaparece feito ser fantástico das histórias em quadrinhos; ninguém viu, ninguém curtiu, apagou simplesmente e pronto. No entanto marca bem, deixando largos vincos nas lamas do passado, pedras, paus e instrumentos de ausências e solidão. Reúne e separa com extrema facilidade, pessoas, objetos e quejandos.

Contudo traz fortuna, poderes, fama, amores, prazeres, e nada pede, apenas transita pelos astros tal poder sem limites, divisor das águas do Paraíso e mutabilidade constante das civilizações. Tempo, que pare e devora seus próprios filhos, no que assim falavam os gregos de antigamente. Vaidade, vaidades, tudo sendo vaidade, avisava o Rei Salomão. Nisso vagam os sois pelos céus, trilho das certezas de que nunca existirá o pouso exclusivo da felicidade durante os séculos da matéria em decomposição, engano de tantos, que apresenta o desejo da fome a pretexto de tudo usufruir.

Bom, perante a insistente dominação do invisível desse ente poderoso, resta aceitar nascer vezes quantas até descobrir a razão do que haverá no transcorrer das gerações, já que um dia ver-se-ão face a face no seio do mistério, humildemente rendidos aos sonhos inesquecíveis da real condição deste chão dos infiéis e dos santos. 

(Ilustração: A persistência da memória, Salvador Dali).

segunda-feira, 10 de junho de 2019

Um transe de paz

Nessas vezes, quando a natureza concorre a que tenhamos momentos auspiciosos de alma envolvida nos amores da Criação, sentimos a todo instante quando a vida sorrir na imensidade dos céus. Isso de paz de que falam tanto as criaturas humanas em ânsias de encontrar o senso da certeza dentro da alma de si, no cerne da consciência. Em horas assim, espécie atônita de milagre invade as horas e envolve de leveza tudo quanto há em volta.

De tal modo que existirá tempo no íntimo de renovar o ser da esperança que mora na alma da gente, lugar de pouso de todos os perfumes bons das florestas do sentimento. Há que se pensar, pois, nas chances que perduram diante das evidências e das circunstâncias, no auge das possibilidades constantes. Abraçar de bom grado as chances das amizades e recriar a história desta raça de gigantes que ainda anda de quatro pés e precisa despertar à felicidade constante, honesta condição da fraternidade e da justiça.

Em plena jornada rumo à perfeição, todos marcham aos dias de plena transformação, veículo de iluminação, seres em mutação face do Eterno. Amar, amar, criar em meio aos desvãos da sorte a vitória de séculos de sonhos, agora em fase de construção mais que nunca antes. Acordemos, que a missão de iluminar os caminhos da humanidade é vencer os limites da fraqueza e desvendar o poder de conhecer os mistérios em que imperam às nossas mãos, pétalas da libertação nos dias.

Quais testemunhos de nós mesmos, no transcorrer dessas existências aqui seguimos unidos aos detalhes de momentos e aos fatores bons que chegam a todo instante, e fazemos da caminhada o instrumento dessa luz que alumia parte dos seres que ora conduzem rumo à salvação definitiva o fiel dos princípios da exatidão, valores e harmonia bem no coração.   

segunda-feira, 3 de junho de 2019

Aonde buscar a Luz

De tanto percorrer os longos caminhos deste mundo, lá um dia descobrimos a verdade que desde sempre vive presente bem no nosso coração e a viemos revelar. Batêramos em muitas portas, viráramos muitas folhas, esgotáramos muitos pensamentos, e em fração de segundos virá esta força do Amor e despertará em nós o que de quanto esperávamos sequiosos. Um clarão imenso invadirá a consciência e despertará do abismo os pensamentos qual relâmpago de explosão monumental. Assim já falavam os sábios, a revelar o sol nas trevas à busca da Luz. Por que você permanece na prisão quando a porta está completamente aberta? (Rumi)

Por isso, tal deus antes adormecido nas entranhas deste mundo, algo despertará de dentro das pessoas e a tudo iluminará em volta, desde o céu azul sem nuvens, espaço universal de todas as cores, sons, letras, lugares abertos de sonhos e possibilidades, ao Amor afinal, a força maior que a tudo domina e conduz. Um despertar de alegria e paz, fervor das almas e pureza de espírito.

Nisto, só restará estender as mãos a abraçar o Infinito, parcela quase invisível do que hoje somos. Visão dos mártires e penhor das criaturas. Aceitar o mistério e abraçá-lo com o carinho da inocência original. Harmonia das sinfonias mais perfeitas, suavidade e emoção de calma e transe dos místicos, bem dentro do coração da floresta das maravilhas, na beleza dos filmes do imaginário e pouso das aves do Paraíso. 


Ouvir a voz de Deus aqui no seio das virtudes, essa transcendência de todas as buscas humanas, o caminho do coração de que fala Jesus. Amor maior, força propulsora e matriz das consciências em festa, morada dos santos... É isto, o quanto de certeza em nós mesmos ora transportamos, os herdeiros da Criação, aos páramos celestes. 



quarta-feira, 29 de maio de 2019

Esses tempos magnéticos

De quando as malhas do sentimento envolvem de perfume os largos mistérios da natureza e os traços, antes humanos, viraram passadas de animais pré-históricos nas lamas das ruas e dos becos, até parecendo que nunca fomos os mesmos de quando abríramos o horizonte metros e metros de saudade. Bem possível já haver vivido isso tudo e nem de longe imaginar que precisássemos viver outra vez. Nas letras, nos filmes, nos jornais, e essa fome sem igual de revelar o que somos e ninguém jamais poder acompanhar o enredo e a melodia das visões que tivemos a cada manhã.

Depois de tudo, os instrumentos aceleraram o processo da comunicação entre os seres a ponto de existir muito mais do além sob o manto sórdido da artificialidade, no entanto possível sendo achar criaturas que conspiram a favor do Bem e da Verdade maior por meio dos celulares, das transmissões virtuais e dos discos abstratos. A tanto foram noites e noites de angústia ao som dos rocks da pesada transmitidos aos planetas distantes, ecos das ansiedades e do desespero contido nas bocas. Heróis do silêncio que viajaram entre as teclas dos computadores e mergulharam entre os tubarões sequiosos de sangue e desalinhados na dor dos aventureiros de plantão.

Perguntar, pois, donde vêm os novos tempos seria o tanto suficiente de consultar os oráculos dos céus de pedir orientação de quais portas abrir pelos corredores da imaginação. Quais dúvidas de que seja dessa maneira a fórmula mágica da Salvação; viver, observar os movimentos das sombras ao fundo da caverna e deixar de lado métodos antigos de sobrevivência e paixão. Admitir que a hora chegou e somos os parceiros do desconhecido diante das horas inacabadas. Peças do próprio destino à busca de saber a razão de seguir adiante, independente de toda e qualquer limitação. Seres de luz à busca de si mesmos, eis o que somos e do que seremos ao final dos limites do Sol.

segunda-feira, 20 de maio de 2019

Uma e outra realidade

A realidade verdadeira, aquela que habita o coração das pessoas, caixa de ressonância das vidas e válvula de compressão da Eternidade, a ela no conduzirá no decorrer das emoções de existências sucessivas, a pisar neste Planeta solar. Isto é, a realidade real sem nenhuma alternativa se não abraçá-la e sonhar consigo, mesmo a cruzar as raias do Destino e aos poucos adentrar a felicidade definitiva, morada e aspiração dos humanos no decorrer de todo tempo. Será assim momento a momento, independente das opiniões contrárias. 


Porquanto as perdições de eras sem fim, essa disposição de desvelar os mistérios da Criação e trazê-los ao presente exigi no mínimo sinceridade de par em par, do indivíduo em si, de querer buscar o senso absoluto invés de aceitar a ilusão qual moeda de troca dos séculos e corpos. Muitos, talvez, ignorem as normas que compõem a Natureza, ainda que desejem possuir, grosso modo, dotes de sabedoria. E nisso viajam longas caravanas de inutilidades e prazeres, parceiros da perdição do bem mais precioso da inteligência diante dos dias, a vida que possuem sem nem saber a origem. 

Seremos, destarte, instrumentos de sortes imprevisíveis caso queiramos confrontar a realidade principal que logo ali no aguardará de braços abertos, porém que mereçamos galgar píncaros de esforço próprio em plantar sementes de coerência e paz, com os valores da austeridade, sem que joguemos fora o dom da verdadeira realidade. Conquanto um único não venha aqui apenas desfrutar privilégios, há no determinismo das leis superiores a medida de nossas conquistas espirituais, o cetro do amor, ou a graça do Poder soberano, Senhor de tudo e equação da Fortuna aonde desejemos chegar, nesse trocar de passadas entre o passado e o futuro, que denominamos o Presente, persistirá, pois, a justiça dos Céus no sentido das criaturas humanas. Elas, no íntimo, sabem a que vieram.

(Ilustração: Colagem, Emerson Monteiro).

quarta-feira, 15 de maio de 2019

Filipe II de Espanha

Considerado o homem mais poderoso do século XVI, Filipe II reinaria desde 25 de julho de 1554 a 13 de setembro de 1598, tendo sob o seu crivo os Reinos da Espanha, Portugal e Algarves, Nápoles, Sardenha e Sicília, mantendo hegemonia praticamente sobre todo o continente da Europa.

Estadista de reconhecida capacidade administrativa, sustentou guerras com os diversos povos, donatário de riquezas sem conta, reverenciado por todos os monarcas de então; conquistaria o coração de lindas mulheres e casar-se-ia pelo menos três vezes, anexando, destarte, novas propriedades aos seus territórios, deixando inúmeros herdeiros e largas posses.

Aos 72 anos, viu-se acometido de grave enfermidade, o que lhe impediu de andar pelos reinados ou mesmo de levar vida regular, deslocando-se com dificuldade, mal que agravaria seu estado clínico a ponto de ter todo o corpo coberto de ulcerações de tratamento doloroso e insuficiente através dos meios daquele tempo. Durante pelos menos 63 dias amargurou de febre intensa e padeceu sob a guante dos tumores de que fora vitimado. Nem banho, que fosse, podiam lhe administrar, de tantas dores e malefícios face à gravidade da moléstia que o eliminaria em pouco período.

Considerado o Sábio e o Prudente, do seu reinado fizera parte também o Brasil, quando seria, em 1585, fundada a "Cidade Real de Nossa Senhora das Neves", hoje denominada João Pessoa, capital do Estado da Paraíba; em 1588 adquiriu o nome de "Filipeia de Nossa Senhora das Neves", em homenagem ao rei Filipe II. (Filipe II de Espanha – Wikipédia) 

Ao término da faustosa existência material, Filipe passaria o torno ao sucessor e na ocasião diria as seguintes palavras: "Quis que vós estivésseis presente para que vejais em que vêm parar os reinos e senhoria deste mundo e saibais que coisa é a morte, aproveitando-se disso pois amanhã havereis de começar a reinar.» 

terça-feira, 14 de maio de 2019

O que move o mundo

Sim, o motor essencial das ações humanas... O que motiva pessoas e coletividades a desenvolver suas ações na face desse mundo por vezes ingrato... Razão principal dos movimentos que fazem dos dias a sobrevivência das espécies... Será, por certo, a fonte da paixão de viver aqui e sustentar as barreiras do destino.

Atrás da vontade, justificativa de todas as iniciativas, impera, pois, tais motivos, o que mantém o homem vivo, a se sujeitar a intempéries, frustrações e fracassos, e juntar migalhas, pouco a pouco, a alimentar tradições e entregar, ao término, o corpo, no final das jornadas. Nem tudo, entretanto, significa só desafio e aprendizado, porquanto ninguém é de ferro. Existe a hora dos miseráveis, do repouso e das alegrias, se não ninguém contaria as vantagens das noites de lua.

Porém a justificativa essencial que supomos de tudo quanto há de produções no afã da multidão vem na causa das vaidades humanas, qual disse o Rei Salomão, Vanitas vanitatis (Tudo é vaidade). Contudo nisso persiste o apego de prazer, a fome de amor e a cegueira da ignorância, nas palavras de Sidarta Buda. Juntar detalhes e formar o todo de continuar, dia após dia, a tanger o barco, nas marés e nos sóis das manhãs.

Ao frigir de tudo, lá nos estertores das riquezas que, por vezes, espalham angústias, desesperos, guerras, no fogo das aventuras e dos gestos, ali impera uma lei de continuidade, seiva dos infinitos sonhos individuais, quando as chamas de encontrar o lenitivo de estar aqui falam mais alto. Bem nesse foco inesgotável de bênçãos, habita o Sol das existências, reino de uma Verdade absoluta. Enquanto isto, dentro da gente fervilha a força maior do querer que transformar a relatividade em poder e domina o fugidio, causa primeira de havermos vindo e prosseguir até descobrir a nós mesmos. 

domingo, 12 de maio de 2019

O mistério da transformação

De água em vinho, as humanidades aqui vieram no sentido exclusivo de encontrar a transposição desse tudo buliçoso de matéria no Nada de espiritualidade definitiva que lhes aguarda logo ali na esquina do Infinito, quando as luzes da carne se apagam e resta tão só o rastro surdo daquilo que todos um dia foram e praticaram, no decorrer dos séculos sem fim, amém. Largados nesse mar da desesperança dos flandres daqui do Chão, olham de paixão às paragens lá de dentro da consciência feitos zumbis das próprias sombras que percorrem noites insones de prazer tão unicamente na intenção pura e simples de rever qual será o prumo que os passos lhes carregam diante do abismo dos momentos que traspassam de dor os que deixam de lado a esperança e fogem feitos almas penadas aos pomos das discórdias, os humanos, braços toscos do Destino.

Assim compreender fica bem mais fácil deglutir as rotinas do Universo às portas do desejo sem controle da racionalidade dos animais da Criação, pequenas gotas a pedir o perdão divino. Sabedoria dos séculos, carregam às costas essa missão monumental de revelar a natureza secreta aos pares, ânsias em movimento perante o precipício do Tempo, que jamais aceitará o silêncio da indiferença, a julgar as ações dos objetos em mudança.

Fôssemos imaginar fórmulas outras que não essa de transformação, da mutação do nosso eu material noutro instrumento de poder, o Eu Superior, a personalidade original dos Espíritos, e estaríamos de justificar a materialidade qual razão principal, quando assim jamais será, porquanto chegáramos depois de os termos do processo da Salvação haverem sido determinados, meros sujeitos que o somos, partículas infinitesimais da existência de Tudo quanto existir. 

Daí que obedecer significa algo além da pura atitude impensada dos homens de viver por viver, senão providência inigualável de achar as portas da Eternidade e repousar nos braços amoráveis do Perdão.


quinta-feira, 9 de maio de 2019

Tecnologia da Salvação

Tecnologia, palavra que bem define a que todos estamos neste Chão, no fim de resolver a humana perecividade face ao desconhecido, vez que ninguém nasce uma semente. Vimos e vivemos, depois vem aquilo que conhecemos de entregar corpos ao barro de onde procedemos. E daí? A que existimos, afinal? Nessa hora chega a função de encontrar a resposta principal de tudo quanto aqui nos trouxe..

A matéria traz em si respostas que tantos nem de longe imaginam. Feita do jeito da perfeição de onde procedemos, eis ente maravilhoso que revela a porta de vencer o enigma defrontado todo tempo ao fim do longo corredor de viver. Em resumo, de tamanha perfeição nascerá algo mais perfeito, porquanto somos Espíritos, seres inteligentes da Criação destinados a níveis superiores, no processo evolutivo.

Qual praticar a consciência se reserva aos indivíduos, trabalhar os segredos guardados debaixo de sete capas. Desvendar a essência que mora em nós. Decidir utilizar os instrumentos fundamentais à missão de Salvação, somos dotados do que necessitamos no sentido de obter êxito na sagrada missão de transpor os limites da materialidade e galgar pórticos da Redenção.

No que pesem as fragilidades, humanos dispõem já hoje dos mecanismos de ultrapassar a condição sob que o mantém a racionalidade pura e simples e penetrar o íntimo de sua natureza imortal, inclusive a isso merecendo receber dos mestres e santos as noções fundamentais do exercício dessa habilidade, por força das orientações superiores.

Ainda que submetidos aos pressentimentos da força bruta, são constituídos da ciência de libertação do mundo físico e podem desenvolver a vocação de vencer a inércia dos objetos e crescer aos Céus a que fomos constituídos desde sempre. A Vontade significa, portanto, a esperança e o amor, energia que alimenta os movimentos que produzem mais Luz no coração das pessoas.

quarta-feira, 8 de maio de 2019

O sonho das palavras

Um fervor imenso de querer contar das possibilidades que chegam às praias do silêncio, enquanto palavras tocam o som de espuma e azul das águas na força inigualável de sentimentos a invadir o peito e cobrir de inebriante perfume o teto do Infinito. Melodia de luz que envolve céus e terras. Alegria de paz aos olhos da saudade. Nesse querer dizer das palavras cala na alma da gente poucas, senão raras vezes, o poder do oração a dominar as raias do instante e adormecer os temores, diante do movimento das ondas que bailam na leveza dessa vontade de sonhar, apenas sonhar sob o perfume das matas em flor. 

Tais um dia imaginaram, as certezas e seus significados tão só agora reúnem o mistério e preenchem de suavidade os corpos da existência aonde eles possam habitar, quais energia maravilhosa, sorrisos e visões da mais esplêndida beleza. Nisso em que as canções desvendam o prazer das harmonias, os tons do ritmo das palavras ganham vida própria e iluminam os prados da consciência; realizam planos da Luz Divina no seio da imortalidade dos seres. 

Contar das lendas e dos mitos, gestos de carinho que preenchem de emoção o passo dos heróis noites afora, são notas de Amor em forma de partículas e atitudes, ação de ânsias e desejos, desde há muito guardado no coração. Palavras que falam das novas histórias e alimentam de esperança o brilho das estrelas que esvoaçam no firmamento. Idioma dos deuses, elas oferecem tranquilidade às angústias e revivem de verdade o segredo de mundos próximos e distantes.

Palavras que trazem imagens das paisagens sublimes aos sóis que sustentam de vida os tempos da Eternidade. Palavras, sempre aqui junto da real felicidade, pulsações da condição humana e o maior sentido das origens na Criação.