terça-feira, 27 de novembro de 2018

Explicações

A sede intensa de conhecer, de descobrir o mistério da existência, perguntas perdidas no vazio de respostas desencontradas, isto bem que significa o valimento das filosofias e das civilizações. Alguns dos que mostram alguma sabedoria expendem assim o desejo de saber mais e considerar aonde vão os limites dos raciocínios ansiosos. Tratados se sucedem, pois, no trilho dos deuses e das suas versões desencontradas. Eles plantam nisso o futuro das sementes e dos pensamentos e rendem às tecnologias os poderes materiais da indústria. Somam lucros e armam países. Destroem e constroem à medida do que obtêm no passar da teoria à prática, pouco importando danos em termos dos resultados antinaturais na vida vegetal do Planeta.

Horas a fio elaboram explicações do quanto poderia ser houvesse consistência nos conceitos que formaram. Cavam longos e profundos túneis à buscam de fugir da penitenciária da história, nas soltas dos humanos. Ficções bem elaboradas do ponto de vista das literaturas querem, com isso, a todo custo, justificar os investimentos que nelas fazem os donos do capital junto da Natureza. São vidas, muitas vidas, largadas ao vento dos milênios tornadas escombros, fantasias, ilusões, dores e prejuízos. 

Doutro lado, no entanto, há os místicos, que praticam o senso da observação através do que chamam meditação, contemplação, ioga. Silenciam às asas de descobrir na simplicidade pura, e avançam por meio do ser, invés das avaliações unicamente da inteligência física. Acalmam o desespero, a angústia das interrogações, o fastio da ignorância. Numa espécie de rendição às impossibilidades e das considerações que pudessem ter lá de fora, varrem no sentimento o desejo dos desertos. Vagam perdidos pelas entregas do anonimato e repousam nos oásis das almas em flor. 

Duas posições antagônicas que, igualmente, buscariam tocar o Infinito; cientistas e santos. Relatórios imensos de palavras abrem as portas dessa busca por vezes de frutos bons, sadios, contudo reais só na experiência dos seus autores, porquanto depois apenas propagam alternativas e exemplos ao dispor da tradição de novos atores e sobejos entre Tudo e Nada. 

3 comentários:

  1. A ânsia do ser humano na busca de respostas para os seus dilemas e dramas leva-os a se enveredar pelos caminhos dos questionamentos e das dúvidas. É como a nossa inteligência é limitada, não obtemos respostas às perguntas e incansáveis buscas no mundo científico, religioso e quase sempre sem resultado. Somente quando, em nossos momentos de tristezas, buscamos Deus e lá nos sentimos acolhidos, amparados sem perguntas ou questionamentos, e é lá que ficamos em paz. Um carinhoso abraço Emerson Monteiro. Ah, a colagem está em sintonia com o texto.

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  2. Que bom que vc gostou do comentário. Fico feliz. Você é tão culto e eu fico insegura para comentar. Mas vou só pela emoção. As fujo do tema... mas o importante é ler. Gosto muito dos seus textos. Parabéns. Um carinhoso abraço ao amigo Emerson Monteiro.

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