Bom, essa voz que traz momentos e sonhos... Às vezes bons; doutras assustadores, avisos de tempestades fruto das ações. Mas virá eterna do circo da gente, mencionando as dobras escondidas do vetusto Inconsciente. A missão dos humanos, pois, será de revelar o filme desse Inconsciente perdido e achar o Si que nele existe. Revelar a Quem o trouxe a este mundo a força genial da saúde. Voz de mistérios recônditos do elemento vivo, o jeito que a Natureza mostra de falar à circulação sanguínea as ordens dos milênios, enfim roufenha, macia, cálida, a depender do estado da presença dos que ouvem.
Ouvir por circunstância a voz, esta que mexe os anseios e pede clemência, mudança, vontade, coragem. Pede sem mandar. Perfura o carnegão dos sentimentos e alimenta de lembranças o pensamento. Trabalha desejos e sacode a poeira das paixões. Talvez clamor de atitudes e compromissos. Voz imortal que existirá depois de voltarmos das realidades noturnas sem mais subterfúgios, grito de socorro ou alerta aos navegantes das águas turvas.
... De um travesseiro que conservará por tempo longo babas do gigante adormecido ainda envilecido nas vigílias do plantio e das colheitas torpes, submerso na lama dos continentes. Sujeitos ao proceder da ilusão, largariam para sempre chances de revelar a sombra ou arrastam pelos pubianos na crosta daquele chão.
Ah, voz de fantasmas da Verdade em potência... Inúteis labaredas do mesmo inferno, que, belo alvorecer, derreterá em fogo intenso as armaduras. Contudo frutos da claridade dos sonos que falarão no silêncio e na essência, festas adiante dos que escutarão os próprios passos e as novas cadências da vitória definitiva.
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