Em poucos instantes ainda salvaram as vestes do silêncio, na solidão dos corações descompassados, moléculas grandes e amargos os sabores. Turmas se revezaram à porta do outro dia, a querer, de qualquer modo, chegar aos extremos do Infinito. Brincaram com fogos diversos; repassaram muitas vezes o roteiro das estações; e mergulharam admirados nas poças brilhantes, além de invadirem a cena, chamados às tontas pelo maestro do circo de horrores e navios abandonados nas praias.

Palavras bonitas e melodias que falam do equilíbrio perfeito da natureza, invés de competir no desastre, querem repassar notas em forma de contas matemáticas dos prejuízos; o interesse na sobrevivência, alimentado com as bondades do mundo. A troca da paz pela fumaça dos canhões, portanto, perde o viço e novas alternativas tendem a sumir, nos propósitos das criaturas de olhos banidos pela poluição radioativa despejada indiferente no oceano comum da Humanidade.
Ardentes esperanças, nessa aventura tecnológica, reavivam números e o sentido das vontades trouxe ao desespero. Pareceu invadir o território da agonia, nas ocorrências do mar revolto. Energia atômica para fins pacíficos de preços elevados em saúde, veneno que só restringe o espaço de locomoção e vida. E lembrar que humanos vêm brincando disso há quase um século, esquecidos e ensimesmados com o desejo ambicioso do progresso material.
Daí a solidão de falar desses pardais irreverentes circulando em volta dos monumentos, nos lugares ocupados da antiga floresta, insetos vagando na lama de ossos, crianças acordadas às pressas das suas lembranças inúteis. Espécie de impacto deixa todos abobalhados, surpresos com a fragilidade e o pouco caso que dedicaram à tão delicada existência.
(Foto: Jackson Bola Bantim).