Nisso, lembrei um conto de Ray Bradbury que li certa vez, na década de 70, fase em que descobria a beleza da literatura fantástica. O livro de contos traz esse título, O abismo de Chicago, e narra a presença de personagem no burburinho de uma estação dessa cidade, isso numa madrugada fria, nevoenta, de tempo escuro, fechado. Ninguém via um palmo à frente do nariz. Vindo de voo cego, uma ave noturna depara face a face aquele viajante; fica no ar poucos segundos e fixa nele os olhos assustados, logo desaparecendo em seguida. A Bradbury, nenhum dos dois jamais seria os mesmos depois do encontro furtivo em meio à bruma espessa do inesperado.
Assim quero crer acontece no processo da comunicação... Vencer tamanho abismo de dois seres afastados no espaço é nunca mais voltar ao ponto anterior então desconhecido. Vidas em formação; os humanos arrastam a si nesse universo particular de interrogações, a transmitir gestos e falas apenas aos pedaços do mistério que os envolve perante o desespero da existência. Daí aprender no impacto de dois corpos vagando soltos no Universo. Nesta ânsia frenética de sobreviver ao tempo que escorre, só raros acertam aonde largar fantasias, descobrir a essência de que ser portadores, e viver o Ser real que também somos.
É verdade. Estes corpos celestes, a esmo no espaço existem de fato. E são vistos a distância, daí não se ter uma visão mais clara destes astros tão reais e tão distantes. Os astronautas buscam explicação para os segredo do universos, mas nem indo a lua conseguiram descobrir os mistérios entre o homem e os astros. Ah bem que eles gostariam de tudo descobrir e aproximar e assim detectar as reações, mas ainda está longe deste estágio, o que é uma pena.
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