Há que se ter o que contar diante das vidas que escorrem no tabuleiro dessas longas jornadas. Tantas as ocasiões e histórias a dizer, enquanto o silêncio descreve o seu caminho dentro das pessoas, que o território fica estreito a permitir vasões imensas de narrativas, durante todo tempo. E dizer histórias felizes, ainda que, no intervalo do princípio ao fim, haja situações por vezes dolorosas, desencontradas. No mínimo que possuam um final feliz, a permitir esperança ao coração das criaturas envolvidas. Nesse nada disso de só querer narrar momentos tristes que marcam profundamente o coração e largam motivos de revolta ou desespero é preciso trabalhar o sentido a que descobrir reais alternativas de tocar adiante o barco neste mar de sargaços e dúvidas dos horizontes do Chão. Urgente isto de ressignificar as nuances e desvendar o mistério das condições, formas de construir a firmeza e criar marra perante as fases da existência. Ninguém nasce feito, todavia faz a si no choque das gerações, nos embates das ondas, nos transes e formas de aprimorar o crescimento inevitável que a dor e o amor oferecem todo momento.
Na elaboração das almas, pois, no auge dessa epopeia que
atravessamos de usufruir das possibilidades que a Natureza oferece de achar o
caminho da evolução através de nossos mesmos passos. Dado que o acaso não
existe, que não existe a coincidência, somos instrumentos do destino que
usinamos das nossas próprias mãos. Esse ofício de buscar a perfeição mora nas
pessoas. Assim, quais artífices da sorte à nossa disposição, temos, por fina
força, de vencer os desafios de tudo quanto seja minerar a exatidão matemática
dos nossos acordes, aperfeiçoar o pouco e transformar em muito, até desvendar o
objetivo de tudo isto. Portanto, a seara é o mundo, a semente somos nós.
"Somos a semente": para mim, ser semente me enche de uma responsabilidade tão grande, tão importante, que me sinto feliz só em ter consciência de tamanha missão!
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