Todavia há que ser assim, porquanto as determinações do impossível facilitam desse modo que assim seja. Restaria tão só aceitar os lenitivos e padecer as sortes várias que percorrem o calendário livre. Vigia, no entanto. Lembrai as parábolas e os místicos. Jesus a narrar o destino do agricultor que obtivera larga safra e tratava de construir novos silos para neles guardar os víveres consignados. Depois do tanto de trabalho, sentaria na varada do sítio a comentar consigo da virtude que agora dispunha a lhe oferecer tranquilidade nos dias de escassez que viessem.
E dos bastidores o Senhor comenta: − Triste alma, nem sabe que nesta noite virão cessar os seus dias.
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Quanta insegurança vaga pelo seio das lutas humanas... Quanto alvoroço na busca desesperadas de migalhas largadas logo após. E a raça que somos de enxergar pouco nos mistérios tenebrosos o Infinito. Catadores de ilusão, eis o que seríamos em termos de lenitivo. Pescadores de talvez, de quimeras e afetos imediatos, nadamos nas águas profundas aonde sumiremos feitos heróis de fantasia. Criamos justificativas de persistir nos sonhos que, despertos, alimentamos de ocupação dos instantes quais inconscientes do que nos esperam os termos do desconhecido imediato.
Igualmente contamos as histórias dos guerreiros que galgaram sucesso e viveram em paz diante dos valores eternos. Nada está perdido quando os propósitos revelarem em nós a perfeição de quanto existe durante as leis da Natureza.
(Ilustração: Leonardo da Vinci).
Caçadores de ilusões...é disto que é feita a vida. Passamos tantos anos de nossas vidas voltados totalmente para o trabalho e quando nos damos conta, o tempo passou...nossos filhos cresceram, felizmente realizados em suas vidas estão a pegar o caminho que trilhamos, felizmente com outra visão da vida, viajam mais, vêm mais céus, que deixei de ver. Mas tudo isso passam por educação que recebemos, mas não né recrimino por isso. Fiz o meu dever de casa. Pescadores de ilusões? Talvez..." queria ter amado mais,ter sonhado mais..."
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