terça-feira, 25 de outubro de 2011

Débito e crédito na saúde

Existem alimentos que nutrem; outros apenas satisfazem o prazer imediato da boca. Uns equilibram a saúde; outros tumultuam o roteiro das refeições, espécies de vilões da alimentação. Nesse mar de alternativas em que se transformou o mercado de produtos comestíveis, o sentido da nutrição virou assunto de risco, onde a indústria prima pela venda independente dos custos em saúde pública a que expõe a população.

Alguns exemplos disso podem vir à lembrança com extrema facilidade, desde que consideremos o uso indiscriminado de açúcares, acidulantes, alvejantes, corantes, flavorizantes, conservantes, antioxidantes, emulsificantes, etc. Uma parafernália de novos componentes vão acrescentados às mercadorias de consumo duvidoso, diante da quase total ingenuidade dos usuários, leigos na arte da culinária mercantilista, a ponto de virarem alvo fácil submisso ao ganancioso festival das experiências irresponsáveis.

Isso esquecendo a adoção indiscriminada dos defensivos agrícolas, habitantes inevitáveis de campos e fábricas. O que vale dizer andar a humanidade sob o crivo dos grandes conglomerados das facilidades oficiais da química. Há pouco tempo, formou-se no horizonte das mídias verdadeira batalha quanto à soja e outros transgênicos, porquanto hoje os engenheiros genéticos modificam, a torto e a direito, os elementos originais dos sistemas vivos, ocasionando mudanças inesperadas ao resultado final das cadeiras produtivas. A natureza artificializada pelo homem sujeita os seres a mutações jamais consideradas. Porém o caldo de alterações chega bem mais longe, haja vista a proliferação de ofertas desconhecidas para alimentar, tratar e prevenir, que circulam soltas nos balcões, longe de avaliações seguras em termos de consequências vitais.

Bom, mesmo assim ainda restam meios de sobrevivência fora da galáxia impessoal dos laboratórios, através dos alimentos selecionados um a um. Consciência alimentar exige cuidados especiais. Fugir ao máximo do açúcar, imposto nos refrigerantes, chocolates, bolos, sorvetes, doces em geral, massas brancas; das frituras, gorduras animais e vegetais; dos excessos de modo amplo; das tais facilidades alimentares de meio de rua. E, enquanto isto, adotar a segurança dos cereais integrais, dos peixes, das frutas da estação; evitar a saturação das bebidas alcoólicas, das drogas, dos churrascos de fim de semana. Estudar alimentação agora, mais do que nunca, representa gênero de primeira necessidade, para escapar das unhas afiadas dos profissionais da obesidade e dos desleixos no paladar da nutrição.

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