Foram dias, semanas, meses, até chegar aos primeiros pastos. Quais andarilhos sem norte, viajaram à procura da Terra Prometida, instinto preso na vastidão esvoaçante de pedra e poeira. O líder, no entanto, bem sabia que sua missão logo estaria completa, desde que avistassem os primeiros sinais de esperança nas cordilheiras ali em frente.
Assim se deu lá numa manhã de sol intenso, recostou-se na primeira árvore do novo continente e, quase sem colar direito as pálpebras, ofegou o derradeiro suspiro, contudo deixando já pronto o novo rei.
Ao ritmo cadenciado de quem busca escolher dentre tantas ilusões a fria realidade, o comandante arrastaria o bando longe, porém, sem saber o rumo certo dos destinos avançaria. E a manada prosseguiu. Chegava aos lugares todos devidamente preenchidos de gentes várias, desde humanos seres a cães, gatos, cavalos; ovinos, caprinos, bovinos; e a mesma rotina estafante dos dias quais aventureiros de quando foram presos no velho continente. Ninguém que fosse lhes pareceu fieis e circunspectos daquilo que vieram neste chão. Imensas maiorias de aflitos catadores de conchas nas praias do Infinito pediam paz e plantavam guerras de clãs.
Tão ainda que insistissem morar nalguma lugar daqueles mais aprazíveis que avistassem, ali existiam donatários dos idos e vividos, escrituras e tradições. Prudentes, entretanto, seguiriam adentro do horizonte. Tangidos, pois, na sorte das aves em voo livre, cobriam distâncias estafantes a cada momento, afeitos ao drama/comédia eterma.
Quando, por isso, avistarem um bando de búfalos largados nas variantes deste universo qual família de judeus errantes, vistas fixas nas curvas das planícies esquecidas, lembre que, lá uma madrugada esquecida, eles resolveram que as almas dormem durante o dia e percorrem, à noite, os céus, e trazem consigo a certeza de que haverá felicidade no íntimo do teu coração. Receba-os; são amigos do sonho e senhores da imortalidade sem fim.
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