O limiar da Consciência
Num giro de 180 graus, desde olhar o mundo lá fora e, em seguida, passar a ver o panorama cá de dentro, enquanto que esse mero observador nada muda perante as lentes de anotar o percebimento, só quem antes via passado agora obtém ver o futuro, superpondo um sobre o outro, sem alterar, porém, a função primeira de notar no gesto perceber tempo e presença, vez ambos sumirem na mesma subjetividade e nem deixar rastros. No procedimento que tal, descobre não existir mais passado, e futuro ainda não existiu. Contudo nisso mantém, nessa barreira de território de existência, os pés firmes na presença dos dois aspectos por si inexistentes, porquanto quem reúne as formas de percepção representava o lugar do tempo de quem analisa a consciência desses momentos abstratos, ilusão de pura imaginação do ato de consignar universos. Bem isso eis o limiar da Consciência, noutras palavras a ciência de si na fase mais primitiva de elaboração da existência, concedendo o fluir das ações à natureza que delimita o senso da razão e configura nele o testemunho vivo dos fenômenos.
Essa individualidade soberana autora pessoal das presenças no íntimo da percepção, mero instrumento de registro dos acontecimentos em torno, qual máquina de criar sentidos, sabores, visões, mutações, compreensões, instintos, iniciativas, ente dotado de sentimento e racionalidade, parâmetro principal das existências, o humano ser, base das notas de significados.
Ele, os dois lados da mesma moeda do existente, arrasta na figuração das horas o direito de autor das formas e abstrações que confunde no âmago da personalidade que trabalha o grau de compreensão da história dos movimentos no painel da indefinição que lhe contorce nas frações do transitório.
A finalidade, pois, do ser impõe a condição essencial: criar no bojo da própria consciência o poder da transformar mil elementos em único vazio de alma da gente, grito extremo do desespero que comanda o repasto de toda a infinita e eterna Criação.
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