Rios e rios de ilusão antecedem, pois, a natureza das
existências. Enchem de farpas os destinos e os mantêm sob controle dalgum
significado só parcial. Superpõem possibilidades outras que não a verdade derradeira
do Ser. Tais frases de impressionismo dissimulador, dominam entes e ocorrências
naquilo denominadas percepções imediatas, prazeres fugidios. Assim, quais
senhores de sistema adverso à evolução, entes transitam soltos no meio dos
humanos. Fazem deles instrumentos de jogo imaginário a que definem realidade
sem o sentido no que de real signifique.
Nisto, protagonistas desse dogma na forma de desafio, os pensamentos
funcionam quais espelhos, a fomentar submissão aos padrões ali estabelecidos.
Imitam o querer próprio, contudo submissos ao mistério do desconhecido. Vivem,
porejam, padecem, arrastam consigo o tesouro dalgum dia da pura libertação do
que seja estar aqui. Mesmo que dotados de liberdade, apenas farejam o encontro,
sementes doutras árvores guardadas em si em potencial.
Heróis da sorte parcial, viajam pelas eternidades quais
alimento dos deuses, ficções de sonhos imaginários. Tecem longos trechos de
realidades aparentes enquanto decifram os caminhos da revelação. Nesse curso
inevitável, fomentam o desejo da plenitude. Superpõem fantasias ao princípio
absoluto que lhes transitam e de onde procedem. São caminhantes ocultos da
consciência em andamento. Deles os mundos e os tempos se veem dotados, pigmentos
de um painel infinito a criar emoções e contar suas antigas epopeias ao correr
dos séculos, até então.
Valem de rascunho daquilo em formação. Percorrem o largo das
criaturas a viver as vidas em sucessivas miragens. Repassam esse jeito adverso
de tocar os sensos, porém na forma de artimanhas fictícias. Exaltam méritos artificiais.
Isso o que os espaços do Chão definem de verdade e qualidades, embora não sejam,
desse modo; apenas trastes e expectativas.
Lá dentro do tesouro das existências, transpostas as crostas
do abominável, dali nascem as flores. Mineram o sol da transcendência no mar dos
significados definitivos.
(Ilustração: Sessão de jazz).