Esse jeito assim de querer desmanchar o mundo nas próprias mãos, em fazer do drama humano uma farofa só, na velocidade com que acontece, deixa margem a considerar o tanto de esgotamento que ora impera na ordem dos contentes. Tais dobras de papel crepom numa lata de lixo, no tanto de inúmeras partes, viram as palavras, depois os pensamentos e sentimentos. Um farnel considerável de circunstâncias que andam soltas e agora que ressurgem num formato bem mais acelerado, na face dos meios eletrônicos de entretenimento.
São desejos de novas aventuras errantes dos atores espalhados pelo chão. Horas febris de instintos nas montanhas distantes. Qual o quê, de pura motivação, todos aguardam de alma penada isto de um mundo feito de cores e sonhos ao sabor das esperanças. Seres abstratos então acondicionados no íntimo das noites que persistem no coração querem conhecer a si e despertar noutros mistérios quaisquer.
Fôssemos, portanto, abrir espaço nas consciências, ali estariam os gênios de antigamente, cheios de planos, escolhas e aparente liberdade. Transitariam, horas a fio, no caminho estreito entre as ondas e o mar, na espera das luzes dalgum setor do Infinito. Pausariam, por certo, à margem dos fragmentos de tempo, que percorrem nas tradições e, decerto, dormiriam o mesmo sono dos inocentes. No correr das possibilidades, bem ali consiste viver as antigas aventuras dos filmes das quatro no Cine Moderno. De olhos meio cerrados, escolheriam ficar nas derradeiras filas, aonde, ao final chegaria, talvez, o perigo que ronda na sessão das tardes.
Quer-se-á, no entanto, retomar ao transe que possível, pois. Flores. Pássaros. Nuvens tangidas pelo vento. Raros ruídos de máquinas escondidas. Apenas aqui um coração que sacoleja na imensidão do quanto existe. Sombras. Vozes e sussurros. E o troar da imaginação, que alimenta o furor de tudo em volta.