Isto o código único de permanecer nalgum ponto do Universo e viver qual sendo alguém. Olhar em volta e reconhecer as limitações das muitas respostas. Padecer do senso da ilusão, no entanto aceitar de bom grado tudo que antes esqueceram lá nas portas do Paraíso. E ficar inertes diante de luzes e instrumentos que os perseguem a todo alvorecer. As dores, as corres, o instante... Prodígios feitos de gente espelhada nesse antigo tabuleiro de miragens, nas vagas noites do desejo e demasiadas angústias de permanecer face a face com o mistério.
Quase isto, porém muitas vezes ausentes da realidade do definito que nos olha e, logo em seguida, desaparece num destino inatingível, lâminas afiadas do quanto até aqui se desenhou nas horas, contudo esparramando versões superficiais de tantos e quantos que viveram neste sítio solitário. Meras ilustrações de um livro de sonhos de algum impossível sonhador intensificam única vontade histórica, na continuação do que existe sob o Sol.
Nem de longe, pois, imaginar que somos esses os tais autores da reconstrução do Infinito. Sorrateiros, pisamos o solo da verdade, todavia ainda astutos e fantasmagóricos, querendo rever o plano original que irá constituir o que daqui seguir-se-á, entrementes. Muito do que visto pelas dobras dos horizontes nada oferece de certeza em termos da razão absoluta.
E tais fantasias em movimento nas curvas do Tempo, surgem pelas páginas dos velhos matutinos jogados ao passado, deixando tão só abismos nas consciências acesas. E depois...
As palavras sabem, mas sempre querem dizem doutro sentido de se voar em queda livre pelos abismos em volta, quais fragmentos de aventura das novas civilizações que virão a seguir, e apenas repetem o cerco das eras mais antigas. Com isso, cartas desfazem a cantilena dos sóis e oferecem justificativas desse ordenamento inesperado de hoje.
(Ilustração: Hieronymus Bosch).
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