domingo, 18 de maio de 2025

Aos confins do Universo


Bem ali onde ninguém há de chegar jamais, a não ser através das ficções científicas, dali nascem os entes que o somos e porejamos, à medida do haver em crescimento. Astutos seguidores de sonhos inimagináveis, tangenciamos pela pauta das existências em aparentes objetos atirados ao vento, no entanto ora alimentados nos laços abertos do Infinito. Desejamos, nas incontáveis situações, crer em nós mesmos, porém cobertos das lamas do Dilúvio, desconfiados daquilo que pudesse vir de eras antanhas que foram depois nas enxurradas transcendentais de tudo que ficou lá no passado.

Nisso, avistamos, soberanas vezes, os minúsculos animais a percorrer trilhas antigas de só aparentes contradições, tecidas e cortejadas noites e dias, nessa transa do Destino. Queremos, outrossim, vicejar as alturas e percorrer a jornada dos eleitos. Porém falta-nos, ainda e então, abrir o sentimento e sustentá-lo no foco das virtudes. Quem não quer ser feliz?! Provável fosse, ser-se-ia logo, num instante sequer. Contudo, face aos laços da ilusão, quedados seguem tal caravana sem objetivo, nesse deserto das tradições seculares.

E tocar adiante significa, além de si, planos inevitáveis do quanto persistirá hoje e sempre. Segredar dentro da consciência a função essencial do encontro perpendicular das oportunidades. Sentir na pele o calor da esperança, cercados, pois, das dúvidas atrozes de tantas vidas suspensas em volta. Criar, sobremodo, o sentido das visões nas paisagens. Esse o vértice das histórias, princípio crucial do quanto existe. Vez em quando advém nas certezas o instinto de continuar, todavia sob o cerco das inquietações desses apegos vorazes neste chão.

Nos gestos de querer dotar as palavras de vontade própria, indagamos a razão de permanecer vagando pelos séculos e buscar a justificativa do que insiste permanecer lá longe nos recônditos da visão interior. Transmitimo-nos tais fagulhas de fogueiras inextinguíveis que alumiam a escuridão e vivem no íntimo das horas, resistindo aos apetites mais estranhos. Assim, feitos autores das vastidões, apenas respiramos o hálito de Deus e tocamos em frente o que nos resta fazer.  

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