Desejo maior não conhecera até então; desvendar os segredos das profecias tornara-se, pois, qual instinto de sobrevivência naquele mundo que houvesse de vir. Mesmo assim, tendia guardar o excesso de dúvidas diante das quantas previsões dos livros, tradições populares, avisos de sonhos, etc.
Ainda que desse jeito, avistava um tanto de verdade no que diziam os videntes. Qual o quê, buscava reafirmar situações trazidas pelos jornais, vídeos de celular, livrões empoeirados das poucas bibliotecas onde estivera. Dentre eles, aquele que conservava consigo e que insistia de repassar, quando em vez, principalmente nos capítulos do Apocalipse, de João, ali repousado na mesa próxima à cama em que buscava refazer os ânimos.
Sei bem, não, se entre dormindo e acordado, o que avistaria mexera lá dentro de seu espírito, no meio daquela noite, algo qual riscos no céu e ruídos fortes de movimentação a bem dizer do trotar de cavalos. Nisso, pé ante pé, chegou próximo da janela e quis ver além da escuridão daquele lugar afastado onde morava.
Nada notando, mesmo que fosse persistente, insistiu de escutar ruídos nas hostes do firmamento, efeitos, por certo, dalgum acontecido esquisito no vão sombrio daquele instante. Um rasgar de véus estraçalhava o silêncio, quem sabe?, de fenômenos desconhecidos nascidos da sua imaginação.
Nessa ocasião, buscou as lembranças do tanto que reunira de interpretações e que haveriam de vir em futuro nem tão distante. Argumentou no íntimo, e tratou de se acalmar. Quis rezar, mas as frases do Pai Nosso demoravam a preencher as emoções desencontradas. Na luz fosca do cômodo, avistava o livro grande e suas páginas abertas no trecho que lera pouco antes de pegar no sono. À claridade da vela já quase gasta, pode delinear, dentre outros versículos, um que lhe tocava com mais intensidade: E, havendo o Cordeiro aberto um dos selos, olhei, e ouvi um dos quatro animais, que dizia como em voz de trovão: Vem, e vê. Apocalipse 6:1
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