Na sequência regular das estações, chegamos ao tempo de transcender umas coordenadas que pareciam sólidas na ordem dos acontecimentos. Mesmo certos de que sempre ver-se-ão pessoas tristes, laçadas na teia rotineira do Sistema, também haveremos de anotar a firmeza dos que usam outra linguagem menos cômoda, para exigir coragem de mudança, própria à renovação dos valores em busca de perspectivas. Logo, fartos blocos se sucedem nesse proceder e um vórtice de propostas salutares crescerá, modificando o quadro geral de incoerência que domina os espaços vivos da sociedade, na Terra, obrigando-nos a reverter em pesadelos nossos melhores sonhos de uma história plena de Luz Superior, o que, como nunca antes, vislumbra meta principal do fluir humano. Tanta possibilidade alimenta os mais diversos setores sociais, desde que se observe com olhos afeitos a análises abrangentes, quanto ao desejo de muitos em querer paz coletiva sob os signos de trabalho e progresso. A felicidade jamais se apresentou tão ao alcance de ambos os blocos de poder. Não tencionamos negar, entretanto, a parcela dos riscos, da imperícia, por ser parte normal das engrenagens, o curinga fantasmagórico, o vilão ameaçador. Contudo, daí a carência das ofertas limpas para quem se disponha construir um mundo restaurado, onde seres vivam a justa dignidade.
Por
certo, tendência dos que procuram algo confiável, vem a dúvida: Em
sendo assim, qual a garantia de não vivermos outra fase que prenuncia grandes
desatinos, semelhante recentes passados, em meio aos fossos abertos de gerações
ainda traumatizadas, corpos revirados no monturo?
Perigo
de ver existe, pois falamos há pouco da margem inelutável de erro. Todavia o
valor maior prevalecerá, ainda que venha disso acontecer. Seria o caso de fundir os pedaços no reinício tempestivo de nova caminhada.
Essa,
porém, não será a hipótese de nossa preferência. Mesmo porque temos agido no
sentido de alterar pressentimentos negativos, outra vez perniciosos ao jogo de
escuro e claro que merecemos jogar após tantas desastrosas tentativas. Chegou a
época das fixações definitivas do estágio para o qual nós, alimárias
inteligentes, os Espíritos, aqui viémos.
Dentro dessa ótica, insistir na timidez quer nos parecer mera obstinação irresponsável,
destituída de quaisquer atributos racionalistas, depois das inúmeras
frustrações descabidas e lágrimas quentes.
E
os jovens sabem disto quando desejam ser felizes. Ninguém falha sabendo
acertar. A inconsciência oferece a lição de seu mesmo descrédito, afastando,
por declividade, todos os que buscam as modalidades corretas de proceder.
Queremos
contribuir, desta forma, com o pensamento fiel de que tempo equilibrado virá, constante
e bom, no seio amigo do Planeta, adotado
pelas mentes que passem a gerir instituições. Essa coisa de que não tem
mais jeito faz parte das ideologia a divulga com persistência,
para engano dos crédulos, nas orquestrações comprometidas. Fugir incólume desse canto mercenário cabe a cada um, atitude
sábia dos que queiram resistir aos embates de furacão impiedoso.
Grande
pugna se prenuncia através de conflito insano dentro de nós mesmos, entre os
vícios e a virtude. A suspeita desse mapa cinza nos foi entregue após explicações filosóficas por vezes digeridas com pressa ou lerdeza. Uma sentença crítica agora tornou-se golpe de
oportunidade. Chega-se ao grau em que
separar o errado e o certo virou cesta básica, no comércio das
variações culturais.
A parafernália tecnológica abrangia, por isso, função de reunir os elementos desse mercado impessoal; a eletrônica trouxe a quem descobrir todo seu aparato eficaz de qualificar mensagens desencontradas, cabendo saber o proveito máximo obtido, salvando-se de ossos, pedras e espinhos, expostos para alimentar um futuro que é de todos.
Quais
normas de salvamento, na floresta íntima do Ser, ficam nestas ideias esboços
que bem poderão acalentar a unidade no
meio dos rastos brilhantes, caminho eterno da realização espiritual.
01.06.95.
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