Perante a atual política
norte-americana de trazer à América Latina seus efetivos militares para resolver
problemas nacionais da Colômbia, ressurgem lembranças preocupantes do tempo em
que havia os conselheiros militares no Vietnam do Sul, no Camboja, Laos,
Brasil, Chile, com resultados pecaminosos.
Medidas que dizem respeito à
violação da livre iniciativa dos Estados nacionais implicam na redução da
soberania, impondo política externa fracionada ao sabor de nações mais
poderosas, o que resulta em retrocesso nas conquistas de séculos de lutas e
sofrimento, no binômio do fraco contra o forte, no direito da força bruta em
detrimento dos avanços igualitários posteriores à Revolução Francesa.
Ainda que situações conjunturais
imponham atitudes de força, isso compete aos líderes e às instituições dos
povos livres e suas organizações políticas individuais.
A concepção de uma nova ordem produzida
nos transes posteriores da Segunda Grande Guerra reeditou a Doutrina Monroe, que
antes implicara na invasão orquestrada das nações americanas, pretexto da
salvaguarda democrática do continente, segundo definia.
Em mensagem ao Congresso
americano, o presidente James Monroe considerara serem os Estados Unidos
contrários ao colonialismo europeu, com base no pensamento
isolacionista de George Washington, de que a Europa tinha um
conjunto de interesses elementares sem relação com os nossos ou senão muito
remotamente (Discurso de despedida do Presidente George Washington, em 17 de
setembro de 1796),
e ampliava o pensamento de Thomas
Jefferson segundo o qual a América
tem um Hemisfério para si mesma, jeito de estabelecer o conceito de um
continente americano como o seu próprio país.
No entanto mudaram os
tempos. Experiências múltiplas concederam o mérito de cada nação independente
fustigar os seus próprios impérios da lei, aspecto dos novos tempos de graves
decisões.
Por isso, as providências
estadunidenses ora adotadas de avançarem nas fronteiras externas à sua
federação reduzem as margens de autonomia dos povos latinos, o que lhes reedita
triste e ilegítimo papel de fiscal dos demais povos das Américas, motivo de
apreensão e escrúpulo, visto o preço pago nas ações anteriores de épocas
recentes, já na segunda metade do século XX.
Nenhum comentário:
Postar um comentário