Egressos da inconsciência, os vultos das caravanas tão só alimentam o sonho a que vieram. Tocam as paredes de imenso túnel e veem no quando adormecem, vezes sem conta, nas águas escuras, ainda indóceis, dos céus. Eles assim ultrapassam a barreira da ausência e padecem os ranços da solidão. No entanto, tudo dentro do imaginário do possível. Apenas faces da mesma moeda do Infinito, estranhos a si próprios, vaquejam o teto das alturas feitos meros artesões do desejo e das ilusões. Olham atônitos. Fixam as portas do Paraíso na alma, contudo figuras impacientes das soluções daqui do Chão. Contam as tantas histórias de que foram senhores no que plantam e sustentam, face ao deslumbramento.
Eis um pequeno esboço da certeza do quanto dominar senão o
instinto da Verdade, pois dentro das existências nada mais que sejam além desta
condição de observar um quadro irreversível, o Tempo, a tocar à frente o
conteúdo das histórias sem fim. Meros astutos navegantes, os seres percorrem
essa dinastia dotados das mínimas qualidades, a preencher o painel dos instantes,
tudo que ser-se-á logo ali, séculos, milênios depois desfeito na inexistência.
Numa superposição de eras, códigos invadem às consciências em
um piscar de olhos. Ninguém que fosse restaria no lixo da imensidão, porquanto
há firme determinação do que resta acontecer, e acontecerá inevitavelmente.
Pouco importa a ausência agora desse aspecto definito que nos aguarda logo
adiante sem maiores emoções do que fosse. Palavras falam disso quantas vezes?! no
decorrer dos firmamentos,
plácidos apelos que se deslocam na trilha do mistério e
escreve as inesquecíveis consequências daquilo que ora persiste. Viver tem disso,
de pensar, sentir, e (quem sabe?) admitir nalgum momento a variável sagrada dos
amores guardados na ciência das gentes de que somos partes imprescindíveis... A
Eternidade, por isso, pulula nos corações extasiados, aqui de junto, lado a
lado com as cores e os sons, sem dúvida o que consiste na imaginação pura e
simples de existe e existirá sempre e sempre.
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