segunda-feira, 23 de junho de 2025

A estrada nos próprios pés


Ao longe, sons de trovão. Ecos sem fim dos espasmos do quanto existiu e agora pouco significa diante das injustiças guardadas debaixo de sete capas. Bem isto, um final de tempos em formado maior, espécie de sórdidos arremates do que se deixou à margem do Destino. Pequenos seres que são, resolveram transformar nada em coisa nenhuma a todo custo. Fruto disso, a História prossegue, inscrita nas pedras e desfeita no senso comum das criaturas errantes. Muito disso que aí esteja fica na conta da exatidão matemática dos enredos praticados vidas afora.

Nem perguntar tem a quem, conquanto os atores só perfazem a cena nos atos que sucedem todo tempo. A tela dos acontecimentos reza isto, do resultado das mil e um noites exercidas a todo gosto diante do Eterno. Máquinas em profusão, que ganham as ruas, aumentam a velocidade num abrir e fechar de olhos. A tal Civilização requer nitidez naquilo que produz e negocia nos mercados de carne do Planeta. Mais quiséssemos e ficaríamos à margem dos pensamentos. De nada importa aceitar ou não, porquanto o pacote chega pronto via internet.

As palavras falam e os ouvidos esquecem. Deixam, solícitos, seus dejetos nos parques e vilas, indiferentes, pois, ao instinto da sobrevivência coletiva. Pardacentos seres percorrem as florestas de metal, atentos ao desfecho dos projetos humanos. Eis os dias, horas sem limites. Nisto, a peleja fica na razão direta dos desejos, porém.

Meros autores de si sacodem os lenços à busca das respostas que longe estejam da realidade possível, dados os meios utilizados, numa prática ferina. Algozes pessoais, tangem rebanhos pelas florestas do vazio, quais senhores das histórias inexistentes.

Mesmo assim, de certeza haverá coerência ao final de tudo. Enquanto deslizam os exércitos das ausências, persistirá o critério doutros valores em ação no trono das alturas, por vezes até fora das tantas vistas ansiadas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário