Desde que o mundo é mundo que os seres humanos buscam transcender a rotina dos dias, na intenção de achar uma saída honrosa para a condição transitória da existência, restrita ao espaço físico deste globo tumultuado. Durante turnos incertos, outrossim, aguardam o endereço de depositar no solo comum os restos inúteis, ao instante do desaparecimento.
A morte, como se diz, seria sucedâneo
natural do viver, que, com isso, recebe a grave responsabilidade no fechamento
dos anos, sem, contudo, pessoas desvendarem o mistério da fria passagem neste vale de lágrimas.
A religiosidade, por sua vez,
chama para si respostas que se propagam geração após geração. Pessoas desenvolvem
percepções de outros níveis de consciência, porém resolução plena deste teorema
ainda hoje permanece a níveis particulares de cada criatura, naquilo
classificado apenas como matéria de fé.
Assim, diante das considerações
das religiões, abrigos dessa religiosidade, apresentam-se as alternativas de uma
nova vida, a qual, segundo os cristãos, já começaria aqui mesmo na Terra,
durante este período de provações.
Dadas as características insistentes
da virtude, um tanto de gente se mantém na ânsia de compreender o radical enigma.
Facção sob o prisma rígido da intelectualidade, de acordo com os padrões da
ciência racionalista, admite tão só o que vê ou pega, afinada em experiências
laboratoriais. São os chamados materialistas, que julgam tudo terminar com o perecimento
do corpo, fora de outras chances em planos invisíveis, na hipótese dos místicos.
Outros, estes, os místicos, a seu
turno, delineiam interpretações de ordem espiritual, abrindo o processo dito de
transformação da consciência, da razão à intuição, caminho ilógico, do ponto de
vista materialista, contudo perspectiva de sobrevivência, nos parâmetros dos
líderes religiosos, em todos os tempos.
Jesus fala de um reino espiritual
(“meu reino não é deste mundo”), o Reino de Deus, vislumbrado na ocasião de
receber o Espírito Santo no íntimo do Si próprio, como sonho de revelação do Ser
em toda sua perenidade eterna.
Mas para crer em tais
pressupostos exige-se haver rendição a uma vontade soberana, inteligente, que a
tudo rege, no âmbito universal da Natureza, Deus, do que nem sempre comunga a
maioria dos viventes. A existência de Pai superior resulta numa série de
referências doutrinárias, base dos credos e das religiões.
Depois, as conseqüências desta rendição
presumem uma justiça absoluta, onisciente, onipresente e amorável, luz que
clareia os fiéis, razão da transformação em que se apóia a sonhada Salvação,
livre deste mundo vasto de sofrimento. O religioso espera, por isso, prêmio
maior por tudo o que viver neste chão, alimento confortador no exercício da paciência.
A isto os budistas denominam Nirvana e os cristãos, Reino de Deus.
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