O querer do pensamento nos leva aonde deseja, independente da nossa vontade. Arrasta-nos de um jeito aleatório, pondo no coração as emoções dos lugares em que pretenda. Escolas religiosas insistem na alternativa do autodomínio, o que pede concentração. Quase uma máquina desgovernada, ou governada de modo imprevisível, vemo-nos presas desse instrumento que é nosso, no entanto ainda carente de domínio, o pensamento.
Nisso, a gente se procura feito andarilho em mundos
desconhecidos, sabendo ser levado a eito no jogo de existir, submissos a nós
mesmos, quem sabe? a um eu provisório. Depois dos acontecimentos, alguns saem à
busca da origem daquilo tudo, porém longe das reais identificações do seu
autor. Vagantes cativos desse equipamento que transportamos dentro de si,
sobrevivemos a duras penas às consequências dos seus atos por vezes
contraditórios.
Em contrapartida, as escolas orientais, sobremodo, indicam
esforços de reconhecer meios outros de equilibrar nossas escolhas, inclusive
nessa hora de usar a máquina das ideias em ação. Também dar-se conta de escolas
ocidentais que indicam a função de estabelecer novos padrões mentais, até
chegar ao senso do Eu Verdadeiro, o Self, possibilidade evolutiva e libertadora
da mera determinação do ego, este identificado com o pensamento a ponto de
fazê-lo, quando entregue à própria sorte, o vilão da consciência.
Perante as movimentações mentais, eis que nos deparamos
entre a Sombra e a Luz, territórios sob os quais exercitamos a sequência dos
passos. Bem de acordo com a prática do que ora necessitamos em termos de
aprimoramento espiritual, cabe a todos distinguir aspectos outros na transformação
interior. Essa faixa transitória da matéria ao espírito significa o ser em si (nem
tanto à terra, nem tanto ao mar), restando, pois, ao princípio espiritual que o
somos exercitar a sua percepção e desvendar o mistério de viver consciente.
(Ilustração: Yin/Yang).
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