Transcorriam os anos 60, quando conheci em Crato uma família de americanos aqui residentes. O pai, Frank Soules, missionário presbiteriano, fora meu professor de inglês, na Escola Natanael Cortez. Ele e um dos seus filhos, Dale, que também colecionava selos, das minhas atividades naquela ocasião. Lembro bem que, depois de uma dessas aulas, acompanharia em casa, pelo rádio os discursos inflamados do célebre comício da Central do Brasil, em 13 de março de 1964, praticamente o ponto culminante da derrocada do presidente João Goulart, deposto pelos militares no dia 31 daquele mesmo mês.
Passado algum tempo, agravavam-se os acontecimentos da Guerra
do Vietnã e vim saber que um dos filhos de Mister Soules, Terry, o mais velho
deles, morreria combatendo no exaustivo conflito.
Além desses, conheceria dois outros americanos em Crato, nos
fins da década de 60, Bill e Paul, ambos pertencentes ao Corpo da Paz (Peace
Corps), projeto americano de cooperação internacional, os quais estiveram no
Cariri, residindo no Bairro da Batateira. Algumas vezes conversei com eles a
propósito do que realizavam longe do seu país, enquanto buscava desenvolver os
rudimentos do inglês que vinha adquirindo no Instituto Brasil – Estados Unidos
- IBEU. Ambos seriam chamados de volta e levados ao Vietnã, onde perderiam a
vida
Um tanto de jovens dos dois lados em luta sucumbira naquele
confronto do Ocidente com o Oriente, tempos ideológicos entre Capitalismo e
Comunismo. Segundo a Wikipédia, site da Rede Mundial de Computadores, o total de vítimas da Guerra do Vietnã
entre os anos de 1964 até 1975 é impreciso, oscilando entre 1 milhão e meio a
dois milhões de vietnamitas mortos, entre civis e militares. Parte considerável
da população economicamente ativa do país morreu durante o conflito. (...) Morreram
aproximadamente 54.000 soldados estado-unidenses até a retirada dos Estados
Unidos do conflito em 1973.
Mais adiante, no
decorrer de período que vive em Salvador, retornei aos estudos da Língua
Inglesa, e conheci outros amigos americanos; a minha professora Anne, da
Associação Cultural Brasil – Estados Unidos, que viera ao Brasil pesquisar a
capoeira na Bahia, que me levou para assisiti a um concurso de faixa das
principais escolas da luta, num dos prédios do Pelourinho. Lá estava presente o
Mestre Pastinha (Vicente Ferreira Pastinha), famoso capoeirista da Boa Terra,
desparecido no ano de 1981. E conheci, ainda, um outro amigo americano, Dick,
com quem viajei algumas vezes a pontos turísticos do Recôncavo, de Porto
Seguro, no Sul baiano, e de Guarapari, no Espírito Santo.
(Ilustração: Estátua da Liberdade, Nova York).
Nenhum comentário:
Postar um comentário